Seguir a faculdade ou trancar a matrícula é uma das questões que as alunas do curso superior passam quando descobrem que estão grávidas. A decisão influencia não só os nove meses de gestação, mas também o pós-parto, durante a amamentação. Luane Martins teve que interromper por um período do curso de http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração para que Valentina nascesse.
A estudante retomou os estudos no início do ano passado. Hoje, a bebê está com um ano e quatro meses e a mãe se prepara para receber o diploma.
– Peguei poucas matérias para poder ficar com ela, fiz três presenciais e mais três disciplinas online. Mesmo assim ficou puxado porque ela consome bastante do meu tempo. Mas valeu a pena ter voltado, para conseguir um futuro melhor.
Sorte da Luane não ter precisado de ajuda extra dos professores. Mas os amigos estavam por lá auxiliando nas matérias e nos trabalhos. É o que Ana Troyman, grávida de quatro meses, passa, já que decidiu não parar de estudar psicologia.
– Vou cursar normalmente porque há chance do meu filho nascer quando as provas terminarem.
Mesmo depois do nascimento ela quer continuar frequentando as aulas.
– Quando eu estiver amamentando só vou assistir aulas quando der. Não pretendo trancar. Se trancar e ter que começar de novo será mais difícil.
A psicóloga Thaiana Luize recomenda tomar a decisão sobre seguir a graduação baseada em pontos, como custos que irão surgir, se a mulher poderá contar com o suporte do pai da criança ou mesmo dos próprios avós, além da estabilidade emocional. Outro aspecto a ser analisado é a mobilidade, já que ao longo da gestação a locomoção pode ser comprometida, principalmente se a universidade for longe de casa.
– Colocar na balança e ver o lado que pesa mais é relevante em qualquer situação em que a pessoa se encontre em dúvida e precisa escolher qual caminho seguir. Fazer uma lista com prós e contras para decidir se deve continuar ou não é de suma importância, pois fará com que a mulher analise e seja responsável por sua própria vida e assim, ver o que é melhor para ela, atenta a psicóloga.
De acordo com a lei, o tratamento excepcional à estudante gestante é aplicado a partir do oitavo mês. Toda gestante tem o direito a ficar 90 dias em casa sem precisar trancar a matrícula. É só apresentar atestado médico. No caso das Faculdades Helio Alonso, a aluna pode fazer os trabalhos acadêmicos passados pelos professores, que culminam no abono das faltas. Segundo a instituição, qualquer familiar pode ir até a faculdade buscar os trabalhos e pode devolvê-los prontos por e-mail.
O Laboratório de Enfermagem da Universidade Veiga de Almeida possui uma sala para as alunas amamentarem e tirarem o leite. No campus Tijuca, as mães podem doar de segunda à sexta-feira. Quem não tem o equipamento para a retirada, pode contar com os disponibilizados pela faculdade. Parte do material coletado é destinado para o Hospital Pedro Ernesto, em Vila Isabel.
Por Juliana Alcantara
Fonte: extra globo