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No Acre, lateral da base do Flamengo fala sobre início da carreira e sonhos

De férias visitando familiares em Rio Branco, capital do Acre, o lateral-esquerdo da base do Flamengo, Athirson Lima, 16 anos, descansa para encarar mais uma temporada no Rubro-Negro carioca. O jovem, que nasceu em Manaus (AM), mas tem os pais acreanos e morou no Acre por vários anos antes de seguir para o Rio de Janeiro, aos 10 anos, conta como foi o início da batalha para realizar o sonho de ser jogador de futebol profissional.


– Saí do Acre aos 10 anos para ir em busca do meu sonho. Meu pai depositou uma confiança muito grande em mim, largou toda a vida dele aqui, a minha mãe também. Abriram mão de tudo, do trabalho, dos amigos, da família – diz.
Com pouco tempo para voltar ao Acre, já que mora na capital fluminense e a rotina de treinos e jogos é intensa no decorrer do ano, Athirson revela do que sente mais falta da terra natal dos pais.



– Acho que são as comidas típicas. Em sentimental é a família. Sinto muita falta da família. Mas coisas materiais são as comidas típicas que fazem muita falta.
O atleta, que tem seis convocações para a seleção brasileira sub-15, afirma que a sua ida para o Flamengo abriu as portas para jovens jogadores de outros estados.


– Foi muito difícil. Na verdade, fui a pessoa que abriu as portas, abri os caminhos para outras pessoas, não só do Acre, mas também para outros estados, Sou um dos primeiros jogadores do nosso time que é de outro estado, que tem outra cultura. Quando a gente chegou era tudo muito difícil, a questão de se locomover, de se hospedar. Mas, graças a Deus, foi tudo dando certo e não tenho do que reclamar – lembra.


Athirson tem o nome em homenagem ao ex-lateral-esquerdo homônimo do Flamengo. Ele cita que precisou abrir mão de muita coisa para ir atrás do objetivo. Apesar disso, não se arrepende da decisão tomada.
– A primeira coisa que abri mão foi da minha família. Sinto muita falta, queria ter aproveitado mais com meus primos, familiares. E também saí daqui muito criança, também larguei um pouco a minha infância, a questão de me divertir com meus amigos, de ir para festas. Isso já lá no Rio, questão de não poder sair para poder me dedicar, poder treinar. Então, acho que isso fez muita falta. Como falei, não tenho nada a reclamar. Tem tudo valido a pena.


O camisa 6 do sub-17 Rubro-Negro diz que terminou o ensino médio em 2016 e diz que não pretende deixar os estudos.
– Esse último ano terminei o ensino médio. A minha rotina era acordar de manhã, ir para o treino. Passar a tarde livre, alguns dias da semana fazia curso de inglês, e a noite ia para a escola. Agora, terminando o ensino médio, pretendo fazer uma faculdade – revela.
Ele fala do sucesso do goleiro acreano Weverton, que também saiu do Acre e atualmente defende a seleção brasileira principal, é campeão olímpico e titular do Atlético-PR, e fala das ambições que tem para o futuro dentro dos gramados.


– O Weverton é um grande jogador que saiu aqui do Acre, também foi uma pessoa que batalhou muito e merece muito estar onde está. E lógico, tenho um sonho muito grande de vestir a camisa da seleção brasileira, de jogar no Maracanã lotado com a camisa do Flamengo. Isso é um sonho e trabalho todo dia em busca desse objetivo.
*Colaborou Luízio Oliveira, da Rede Amazônica Acre


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