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“No Acre, 90% dos crimes seriam evitados se tivéssemos bloqueadores nos presídios”, diz presidente da Agepens


O presidente da Associação dos Agentes Penitenciários (Agepens), José Janes Gomes da Silva, um dos líderes da categoria, revelou na manhã desta segunda-feira (2) o descontentamento da categoria com o direcionamento dado pelo Governo do Estado para os mais de R$ 40 milhões do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen).


Os Agepens reclamam de não terem sido convidados para discutir os investimentos a serem feitos com os recursos federais. Nesta terça-feira (3), o sindicato e a associação dos agepens apresentarão as propostas da categoria em uma entrevista coletiva a ser concedida na sede da associação.


Janes revelou ser a instalação de bloqueadores de celular o melhor investimento a ser feito pelo Governo do Estado, tanto para os Agepens como para a comunidade como um todo. Para Janes, uma vez instalados os bloqueadores, 90% dos crimes no Estado seriam coibidos.


“As ordens para homicídios, atentados contra ônibus e patrimônio e até mesmo assaltos e tráfico de drogas, são enviadas ligações e mensagens de celulares de dentro dos presídios. O bloqueador melhoraria as condições de trabalho e aumentaria a segurança para nós, Agepens, e para toda a sociedade”, afirmou.


Outro ponto destacado por Janes é a realização de escoltas de presos com doenças infectocontagiosas sem os devidos equipamentos de proteção, como máscaras e luvas. Segundo o sindicalista, são muitos os casos de tuberculose e outras doenças contagiosas, tendo um agente contraído tuberculose e morrido em consequência disso. Janes disse estarem os agente há dois anos sem vacinação preventiva.


Janes citou o caso dos servidores lotados no “Chapão” do presídio Francisco de Oliveira Conde (FOC), onde uma cela foi desocupada e adaptada para o uso dos Agepens. Isso fez com que o alojamento seja no mesmo espaço dos presos sentenciados e de alta periculosidade.


“Além disso, o local [Chapão] está com a fiação exposta, esgoto estourado e sequer é possível fazer um café ou guardar alimento no local. No novo presídio feminino a situação é a mesma. Nós trabalhamos em plantões de 24 horas, com duas horas para descanso, mas isso de nada serve se não temos um local adequado e separado dos presos”, afirmou.


Para o líder sindical, existe ainda os problemas no alojamento do presídio Antônio Amaro, onde os agentes precisam fazer as refeições nos corredores por falta de local apropriado. No presídio feminino, recém inaugurado, o alojamento também tem problemas, pois não há ar condicionado para o repouso.


Janes revelou serem poucos os coletes balísticos (à prova de tiros), com a munição das armas compradas pelos próprios Agepens e por R$ 12 cada cartucho. Atualmente somente no FOC existem cerca de 1500 presos sentenciados no setor conhecido como “Chapão” e 900 em regime provisório.


 


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