Ícone do site Ecos da Noticia

“Não deitei uma lágrima pelas pessoas inocentes que matei”


Os 12 jurados decidiram há três semanas que Dylann Roof, de 22 anos, é culpado de crimes de ódio pelo assassínio a tiro de nove negros que participavam numa aula de estudo bíblico na Igreja Metodista Episcopal Emanuel de Charleston, no estado norte-americano da Carolina do Sul (sudeste).


Nesta fase, o júri vai decidir se Roof deve ser condenado a prisão perpétua ou à morte.


“A minha declaração inicial vai parecer um pouco deslocada”, disse calmamente o jovem. “Não vos vou mentir. À parte o facto de confiar em pessoas em que não devia e o facto de ser provavelmente melhor a embaraçar-me que qualquer pessoa que alguma vez tenha existido, não há nada de errado comigo psicologicamente”, disse.


Os advogados de Roof informaram que o jovem decidiu representar-se a si próprio durante a fase de decisão da sentença por recear que eles ocultassem provas embaraçosas sobre ele ou sobre a sua família, sem precisar de que provas se poderia tratar.


Roof, que decidiu igualmente não convocar testemunhas ou apresentar provas nesta fase do julgamento, foi considerado capaz de se representar.


Nesta fase do julgamento, a acusação argumentou que o jovem deve ser condenado à morte por ter escolhido meticulosamente visar pessoas vulneráveis quando atacou os paroquianos da igreja de Charleston a 17 de junho de 2015.


“Os atos horrendos deste arguido justificam a pena de morte. Ele matou nove pessoas. Matou-as por causa da cor da pele”, disse o procurador Nathan Williams.


A acusação afirmou que vai chamar a depor 38 pessoas das relações das nove vítimas mortais e três sobreviventes e referiu um excerto de um diário encontrado na cela de Roof seis semanas depois de ser detido em que o arguido afirma não ter chorado por nenhuma das vítimas.


“Lembro como me senti quando fiz aquilo e como sabia que tinha de fazer alguma coisa e então percebi que valeu a pena”, escreveu Roof numa página do diário que foi projetada nos ‘écrans’ da sala de audiências.


“Gostava de ser muito claro. Não me arrependo do que fiz. Não deitei uma lágrima pelas pessoas inocentes que matei”.


 


Sair da versão mobile