Na semana em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve endurecer a ajuda para refugiados e imigrantes, a pequena menina síria Bana Alabed, 7 anos, revelou que enviou uma carta ao novo mandatário pedindo proteção para as crianças de seu país.
“Eu imploro para você, você pode fazer alguma coisa para as crianças sírias? Se você puder, eu serei sua melhor amiga.
Obrigada”, escreveu a menina nesta quarta-feira (25), que ficou famosa mundialmente por revelar o cotidiano na cidade de Aleppo através do Twitter. Atualmente, Alabed mora na Turquia após a evacuação em massa da cidade síria sitiada por forças do governo e rebeldes.
Na carta, que foi enviada pouco antes da posse de Trump, no dia 20 de janeiro, Alabed relata que passou “sua vida toda” no país devastado pela guerra e conta que teve que parar de ir à escola “porque ela foi bombardeada”.
“Alguns dos meus amigos morreram. Eu estou muito triste por causa deles e desejava que eles estivessem aqui comigo porque poderíamos brincar agora mesmo. Eu não podia brincar em Aleppo, era uma cidade de morte”, escreveu. Ao falar sobre sua vida na Turquia, ela diz que agora “posso sair e me divertir” e que é por isso “que a paz é tão importante para todo mundo, incluindo você”.
A carta continua com um alerta para o novo presidente norte-americano. “Milhões de crianças sírias não estão como eu agora e estão sofrendo em diferentes partes da Síria. Elas estão sofrendo por causa dos adultos”, diz antes de fazer um apelo para que Trump faça “algo” para ajudá-las.
Além de enviar o pedido por carta, Alabed ainda publicou em seu Twitter uma fala sobre o bloqueio de refugiados, defendido pelo magnata durante a campanha eleitoral e que deve virar lei em breve.
“Querido Trump, banir refugiados é muito ruim. Ok, se for bom, eu tenho uma ideia para você. Faça outros países pacíficos”, postou a pequena menina.
Segundo o jornal “The New York Times”, Trump deve assinar um decreto nesta semana que proibirá por 30 dias a entrada de refugiados de sete países predominantemente muçulmanos: Irã, Líbia, Iraque, Somália, Sudão, Síria e Iêmen. De acordo com a publicação, a ideia é impedir que potenciais terroristas entrem no país.
O programa ainda prevê a suspensão total por 120 dias do programa para acolhimento de refugiados e, depois desse período, haverá um número bem menor de pessoas que poderão solicitar refúgio ou asilo nos EUA.
As medidas vem na sequência do anúncio da construção de um muro na fronteira com o México, que tem a intenção de barrar a entrada de imigrantes ilegais do país vizinho. (ANSA)