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Professora acusada de ‘chineladas’ é ameaçada pela web: ‘Quebrar todinha’

pronto2A professora de uma creche em Praia Grande, no litoral de São Paulo, agredida pela mãe de um dos alunos após supostamente ter dado ‘chineladas’ no filho da mulher, pediu transferência para a Secretaria de Educação. De acordo com a docente, que prefere não se identificar, dezenas de ameaças estão sendo feitas contra ela nas ruas e também nas redes sociais.


A docente disse que está assustada e com medo de ser linchada, ela não consegue mais andar sozinha na rua, está sempre acompanhada do marido ou do advogado. “Ela fala o tempo todo que vai acabar com a minha vida, as ameaças não param. O meu marido me alertou várias vezes, estamos com medo de ser um caso parecido com aquela mulher que foi llinchada em Guarujá. É uma situação que assusta demais, eu tenho que me proteger. Não quero pagar pra ver onde isso vai dar”, lamenta.


O caso aconteceu no dia 22 de novembro, na Escola Municipal Professora Esmeralda dos Santos Novaes, que fica no bairro Jardim Quietude. A mãe da criança, de apenas dois anos, afirma que o garoto levou “chineladas” de uma das professoras do local. Em nota, a Secretaria de Educação  de Praia Grande (Seduc) se limitou a dizer que já tomou conhecimento do caso e deu início ao processo para apuração dos fatos.


img_4232A professora, acusada pela mãe, se defendeu da denúncia. A docente, que também foi agredida pela mulher e prefere não se identificar por medo, afirmou ao G1 que está sofrendo ameaças e que, em 15 anos como profissional da rede pública, nunca ‘encostou ou agrediu uma criança’ e que tem um histórico limpo. A polícia está investigando o caso.


Uma das mensagens partiu da avó da criança. “Atenção mais e pais. A professora [nome preservado] não cuida das crianças de dois anos. Ela bate. Ontem ela bateu no meu neto e foi surpreendida pela minha filha que foi buscar ele mais cedo. Sr. Secretário e Sr. Prefeito, tomem providências, pois se fosse o filho ou neto de um de vocês ela, além de ser demitida, iria responder pelo processo. Por favor, repassem isso pois todas as professoras da referida escola batem nos alunos com a anuência da diretora”, disse.


Após a primeira mensagem, dezenas de pessoas começaram a compartilhar o conteúdo para ameaçar a professora. “Tem que ser quebrada” e “Vai levar uma surra” foram algumas das mensagens enviadas no perfil pessoal da docente.


Em entrevista ao G1, a professora afirmou estar assustada. “Eu estou vivendo um pesadelo. Uma mulher invadiu a minha sala de aula e começou a me agredir. Agora estou sofrendo várias ameaças. A minha vida virou de cabeça para baixo. Estou com muito medo e assustada. Eu ia tirar férias agora em dezembro e antecipei para o dia 23 de novembro por causa desse problema”, conta.


A professora deu sua versão do fato e conta que já solicitou à Secretaria de Educação do município que a troque de creche, devido às sucessivas ameaças que vem sofrendo. Ela descreve ainda que no momento que a mãe invadiu sua sala, ela e as outras professoras estavam arrumando as crianças para a hora da saída e afirma que em nenhum momento agrediu qualquer criança.


“Eu peguei dois chinelinhos das próprias crianças que estavam no chão e bati um contra o outro, fazendo barulho, para eles sentarem e se arrumarem para a hora de ir embora. Em nenhum momento eu usei o chinelo para bater em alguma criança. O filho dessa mulher estava com a turma da frente, longe de mim, inclusive”, explica.


Em sua defesa, a docente afirma ainda que outras cinco atendentes que estavam na mesma sala no momento da confusão viram e são testemunhas que ela em nenhum momento agiu de maneira errada e que a mãe está inventando uma história sem motivo. “Eu já fiz exame de corpo de delito, já que ela me deu murros no ombro. Não paro de sofrer ameaças pela internet, inclusive da filha dela, que é uma adolescente de 14 anos. É uma situação horrível”, finaliza.


Retaliação
A dona de casa Amanda Barros confessou, em entrevista ao G1, que realmente agrediu a professora. De acordo com ela, porém, isso aconteceu ao ir buscar o filho, de apenas dois anos, mais cedo na creche e ver a professora agredindo a criança com chineladas.


“A diretora autorizou a minha entrada na escola. Eu precisava pegar o meu filho mais cedo porque tinha um compromisso em Santos. Logo que abri a porta da sala de aula, ela deu duas ‘chineladas’ em uma criança. Na hora eu já me assustei, mas ainda não tinha percebido que era meu filho. Quando vi que era ele, fiquei louca”, revela Amanda.


A mãe do menino afirma que, após flagrar a agressão ‘partiu para cima’ da professora e deu vários tapas na cuidadora. “Eu entrei na sala com o meu outro filho, que tem três anos. Quando eu a vi batendo na criança, fiquei com muita raiva, fui pra cima dela mesmo. Sai do meu normal, foi um momento de muito nervoso pra mim. Só de contar a história começo a tremer”, descreve.


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