“Esse projeto só beneficia a CUT. E beneficiando a CUT está beneficiando o PT. Lamentamos que essa iniciativa tenha partido de um senador de oposição”, disse Rosa Nogueira, presidente do Spat, durante tensa reunião com cerca de 19 líderes sindicais. O senador Sérgio Petecão, presente ao encontro, manteve a defesa da proposta, que já está na Comissão de Assuntos Sociais do Senado e deve receber parecer pela aprovação.Rosa Nogueira trouxe o recado dos principais sindicalistas brasileiros durante um encontro realizado em Brasília.
O projeto de Petecão foi pauta de discussões. “As entidades sobrevivem com esses repasses. São esses recursos que fazemos as greves, auxiliamos filiados enfermos e até ajudamos trabalhadores carentes com auxílio-alimentação”, disse a sindicalista.
A vice-presidente do Spate, Alesta Amâncio, afirmou que o projeto “é um acidente no Estado do Acre e noutras unidades da federação onde entidades sindicais de pequeno porte estão ameaçadas de extinção”. Todos os sindicalistas se levantaram contra a proposta, que acaba com a obrigatoriedade da contribuição anual.
O senador reiterou que não é contra a cobrança do imposto, mas deixou claro que “muitos sindicatos estão desacreditados e os trabalhadores já não se sentem mais representados”. Ele acrescenta que a crítica é resultado de uma pesquisa aprofundada, realizada pela sua assessoria parlamentar. O projeto, colocado para avaliação dos internautas através do Portão do Senado Federal, recebeu a aprovação de 50 mil pessoas. Apenas 700 disseram discordar.
“O projeto vai ao plenário. Eu não sou dono da verdade. É uma proposta que pode ou não passar. Nós entendemos a preocupação dos sindicalistas, mas o embasamento da proposta tem finalidade social”, disse o senador.
Das seis centrais sindicais acreanas, cinco estavam presentes. A Central Única dos trabalhadores (CUT), não foi convidada. Os sindicalistas entendem que, no plano nacional, a CUT apóia a proposta do senador acreano. A professora Rosana nascimento, consultada pela reportagem, explicou por que apóia o fim do imposto sindical. “Nós defendemos a cobrança da taxa negocial. Ou seja, é o trabalhador quem decide quanto vai pagar pela data-base”, afirmou.