O Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco passa por um retrocesso gravíssimo, a começar pelo serviço de ambulatório e classificação de risco, que de forma paulatina e abrupta, teve a retirada de todos os técnicos de enfermagem, de todos os médicos no horário noturno. A notícia foi dada pelo tesoureiro do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sintesac), Adailton Cruz, em sua página no Facebook, na noite desta segunda-feira, num post intitulado “alerta à sociedade acreana e aos servidores em saúde do estado.
O sindicalista confirma haver superlotação nos setores de emergência clínica, observação adulto, clínicas médicas masculina, feminina, cirúrgicas A e B e na UTI. O centro cirúrgico não possui efetivação da sala de RPA, além de sérias deficiências no que se refere às condições de trabalho. Adailton cita, como exemplo, “a falta de repouso em quantidade suficiente, banheiros, roupas, lençóis, cadeiras de rodas, medicamentos, e alimentação. Também faltam segurança e proteção aos trabalhadores”.
A suspensão do ambulatório e o fechamento dos consultórios médicos geraram problemas ainda maiores à população, diz o sindicalista. “Ao procurar o PS, a população mais carente, em especial, ainda que esteja com um problema de saúde grave, terá que se desloca para uma das UPAs. Ora, sabemos que não possuem capacidade de absorver toda a demanda e prestar uma assistência com o mesmo grau de complexidade do PS, o que certamente incorrerá no agravamento do quadro clínico do paciente ou até mesmo a sua morte. Somado se a isto, temos um grau elevadíssimo de exposição de todos os profissionais, com grande probabilidade de agressões, fato este que infelizmente já está se tornando rotina, seja arma apontada na cabeça, seja palavrões, ameaças, empurrões, vias de fato, por fatores que nada tem a ver com o profissional que ali está, e que apenas cumpre seu papel”, denuncia Adailton Cruz.
O sindicato está preocupado com a possível retirada de todos os médicos e técnicos do ambulatório. Esta decisão, que seria tomada pela Sesacre, não é oficial. Os sindicalistas também foram informados sobre uma suposta redução em mais de 50% do quantitativo de médicos dos setores clínicos, e em 20% no número de profissionais das outras área.
No alerta feita nas redes sociais, o sindicalista chama atenção da sociedade, dos conselhos de classe, das autoridades competentes, ministério público, dos sindicatos, “para agirem, e não deixarem esse atentado à saúde pública do estado se concretizar”. Ao finalizar, ele disse ser “cruel presenciar um pai de família, uma mãe de família, uma criança, agonizando, sofrendo”, enquanto o profissional de saúde tem que dizer apenas “procure uma UPA”, sendo que em muitas vezes, o paciente sequer chega lá com vida. “O mais preocupante ainda é saber que essa realidade não é diferente nas demais unidades de saúde do estado, de Assis Brasil a Cruzeiro do Sul.