No Acre, professor de português acerta tema da redação do Enem 2016

intolerancia2“Não é só o aluno que precisa se preparar para o Enem, o professor também precisa”. É com essa frase que o mestre em educação, especialista em gestão escolar e professor de língua portuguesa Marcos Luís, de 42 anos, fala sobre ter acertado o tema da redação do Enem 2016, “Intolerância Religiosa”. Ele conta que antes de começar as aulas faz um estudo minucioso para saber assuntos que sejam de cunho social. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi realizado no sábado (5) e no domingo (6).


“É importante que o professor analise as temáticas sociais e esteja atento a tudo que está acontecendo. Gosto de fazer uma análise da problemática que está sendo de domínio público. Na verdade, acerto há três anos seguidos o tema do Enem, sempre está entre os quatro possíveis temas. Mas, para conseguiur isso, estudo, pesquiso em revistas, jornais, enquetes, e daí escolho os que poderão cair”, diz.


Luís, que dá aulas há 22 anos, falou que havia abordado esse tema em junho, julho e na última aula de revisão, na quarta-feira (2), antes do Enem.


“Estou muito feliz com esse resultado. Muitos alunos me parabenizaram e agradeceram e é gratificante. Às vezes os alunos não entendem quando passo um tema, dizem que não vai cair, mas eu questiono, falo que a problemática precisa ser estudada. Pesquiso algum tema que abrangeu pelo menos 70% dos estados brasileiros, porque às vezes ocorre uma problemática que é só no Rio de Janeiro ou em São Paulo, por exemplo, aí a gente já sabe que esse tema provavelmente não vai cair”, acrescenta.


Na redação desse ano, o mestre conta trabalhou com quatro ou cinco temas possíveis de redações, englobando a intolerância religiosa. “No último dia, na revisão, coloquei possíveis temas no quadro, um desses era justamente intolerância religiosa como sendo um dos principais. Pedi para os alunos estudarem a discriminação das demais religiões em relação a todos os tipos de intolerância”, conta.


‘Não tomei susto quando vi o tema’, diz aluna
A estudante Marina Silva Vasconcelos, de 17 anos, que pretende cursar direito na Universidade Federal do Acre (Ufac), foi aluna do professor Luís e disse que lembra de todos os detalhes das aulas que teve quando ele abordou o tema.


“Ele falou na sala de quatro temas principais que poderiam cair. Pediu que a gente abordasse em cada um deles dois problemas secundários. Na intolerância, falou que a gente poderia abordar indugência nas escolas em que algumas só valorizam a religião cristã fazendo com que muitas vezes as pessoas se voltem contra as outras religiões. Ele disse como a gente deveria fazer a redação baseado nos temas”, lembra.


A estudante diz que agradece o professor e fala que,  graças a ele, deve conseguir uma boa nota na redação. “Quando chegou na hora da prova fiz com muita facilidade, graças Deus e a ele. Se ele não tivesse abordado isso em sala, não teria achado tão fácil. A partir do momento em que ele deu esses principais temas, já fui pesquisar na internet e não tomei aquele susto”, afirma.


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Temas de 2013 e 2014
O professor diz ainda que essa não é a primeira vez que ele acerta o tema. Luís afirma que em 2014 e 2015 os temas estavam entre as possibilidades que ele abordou com os alunos.


“Tenho a felicidade de acertar os temas desde 2013, quando trabalhava em um curso e decidi abordar o tema sobre a lei seca e acertei. Na época, a lei estava sendo muito comentada e eram muitas críticas. Em 2014, eu vi um apresentador de televisão famoso trabalhar com uma criança e percebi que ela estava sempre muito produzida e arrumada. Então, resolvi trabalhar com os alunos sobre a exploração infantil com relação ao uso da imagem de uma criança. O tema do Enem desse ano foi sobre publicidade infantil e o que trabalhamos em sala foi adultescência”, lembra.


Coordenação de cursinho pré-Enem comemora acerto
O professor de língua portuguesa Rômulo Nunes, de 43 anos, que atua na coordenação do curso em que Luís trabalha, espera que os alunos tenham se dado bem na redação, uma vez que já haviam treinado o tema.


“O curso pré-Enem iniciou em fevereiro deste ano e terminou em novembro e abordava todas as disciplinas. Ele [Luís] dava aulas uma vez por semana e, entre os dias 14, 15 e 16 de junho, ele abordou o tema “intolerância religiosa” e nos dias 19, 20 e 21 de julho “a religião como forma de enriquecimento”, ou seja, abordou várias temáticas sobre o assunto. Mas, na quarta [2], última aula antes do Enem, ele abordou “intolerância religiosa”, “mobilidade social”, “movimentos migratórios” e “manifestações populares” como possíveis dando ênfase na intolerância”, finaliza.


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