A policial militar aposentada Tânia Filgueiras, de 50 anos, levou a sogra de 75 anos para receber atendimento no hospital Raimundo Chaar, em Brasileia, interior do Acre, e diz ter ficado surpresa com a falta de estrutura da unidade. Ela conta que precisou usar os lençóis de casa na maca que a idosa ficou, comprar remédios e até soro para a parente.
A paciente foi internada na quinta-feira (10) e transferida no dia seguinte para o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). Em um vídeo gravado dentro da unidade, Tânia lista os equipamentos que faltam e reclama da estrutura oferecida aos moradores da cidade. (Assista vídeo abaixo).
O diretor do hospital, Francisco Borges, disse à reportagem que vai checar as denúncias e se pronunciar posteriormente. Sobre a estrutura da unidade, Borges acrescentou que uma parte do hospital foi condenada pela Defesa Civil e está em uma área provisória. “Não existe estrutura e a qualquer hora podemos mudar para o hospital novo”, explicou.
“A maca que ela ficou estava quebrada e teve que ficar encolhida. Compramos a medicação e, por causa da diabetes, ela não podia tomar um soro comum e minha filha teve que comprar na Bolívia. É sujo, cheio de imundice, um balde fica aparando a água do ar-condicionado, as camas estão quebradas, o lixeiro é aberto, não tem fossa séptica. Os fetos são enterrados em covas atrás do hospital. É um absurdo uma coisa dessas”, reclamou.
A policial ressaltou ainda que a sogra precisava de uma ambulância com suporte avançado para ser transferida para a capital, porém, o carro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de suporte avançado não foi liberada.
“Chegou um senhor com uma ferida muito feia no pé e pedindo, já que era final de semana e o posto estava fechado, gazes para fazer um curativo em casa mesmo. O enfermeiro disse que não tinha como liberar porque iria faltar para os pacientes. O senhor saiu de lá de muleta e o pé todo sujo, precisando fazer o curativo e não tinha”, reclamou.