O médico acreano, morto em acidente aéreo, esteve no Acre em abril deste ano
A família Bestene está inconsolável. Pediu para não falar, por enquanto, sobre a perda do médico Márcio Bestene, na tragédia aérea que matou 75 entre jornalistas, tripulantes e a delegação do time da Chapecoense, na queda do avião da Lamia Corporation, na madrugada desta terça-feira. Sua última entrevista no Acre foi dada á repórter Natasha Albuquerque, em abril deste ano. Bestene, que morava em Santa Catarina e há sete anos, atuava como médico da Chapecoense, falou de sua trajetória bem sucedida em entrevista no Campus da Universidade Federal do Acre (Ufac), onde se formou. O profissional não escondeu a satisfação de visitar o estado natal e poder compartilhar experiências com os estudantes da área.
– Viemos jogar em Manacapuru contra o Princesa do Solimões (pela primeira fase Copa do Brasil) e aproveitei para vir ao Acre. Os alunos de medicina da Ufac criaram uma liga de medicina desportiva. Falei no evento sobre a medicina do esporte, a importância da prevenção e um pouco da minha experiência. Também trabalho na prefeitura de Chapecó e com atividade física para idosos – comentou.
Bestene trabalhou no Juventus-AC em 2009, é especialista em medicina desportiva e aprovado na prova de título da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte em 2015. A ida para a Chapecoense, segundo ele, ocorreu após um convite durante encontro da Fifa.
– Mesmo morando fora, acompanhei meu amigo Álvaro Miguéis (técnico do Atlético-AC) em cinco copas São Paulo de Futebol Júnior. Neste tempo fiz uma especialização em medicina do esporte. Durante um encontro da Fifa, conheci o médico da Chapecoense, que me convidou para ajudar no departamento médico lá. Antes era colaborador, pois o time não tinha recursos. Pagavam pelas viagens, mas a partir de 2015 profissionalizaram. Somos um equipe de três médicos, três fisioterapeutas e três massagistas – destacou.
