Novas medidas relacionadas à maconha foram votadas em nove Estados americanos nesta terça-feira (8). Até o momento, a população de sete desses Estados aprovaram a legalização da maconha.
Califórnia, Massachusetts e Nevada haviam legalizado seu uso recreativo, enquanto Flórida, Dakota do Norte, Montana e Arkansas legalizaram seu uso medicinal.
Maine passava por uma apuração acirrada e os eleitores do Arizona escolheram pelo não.
Agora, mais da metade dos Estados americanos passa a ter leis favoráveis à droga, que continua a ser considerada ilegal no âmbito federal. Em 2012, Colorado e Washington foram os primeiros a votar sim pelo uso recreativo para maiores de 21 anos.
“Isto representa uma vitória enorme para o movimento da reforma da maconha. Com a liderança da Califórnia, o fim da proibição está se aproximando rapidamente no país, e até mesmo no mundo”, disse em comunicado Ethan Nadelmann, diretor executivo da Drug Policy Alliance, organização sem fins lucrativos em defesa do fim da “guerra às drogas”.
A Califórnia é o Estado mais populoso dos EUA, com 38 milhões de habitantes e onde o “sim” venceu com 56% dos votos.
Os organizadores da campanha afirmam que existem hoje 6.000 pessoas presas no Estado por infrações relacionadas à maconha e que agora podem pedir revisão de suas penas. Cerca de 1 milhão de californianos também vão poder pedir revisão de suas fichas criminais.
Em Los Angeles, os apoiadores da campanha se reuniram num salão de um hotel com vista para um cinematográfico jardim japonês, com banda de jazz ao vivo, comidinhas de graça e drinques pagos. O clima de vitória, no entanto, foi prejudicado pela então iminente derrota de Hillary Clinton, que venceu no Estado com 61% dos votos.
“Vamos ter que lutar por mais tempo e de forma mais forte. Estou feliz com a Califórnia, mas deprimida com Trump”, disse a ativista negra Dream Hampton, que trabalhou como voluntária no referendo.
Já Peter Lefevre, especialista em captação de recursos na área de saúde, parecia indiferente com a vitória de Trump e até arriscou um palpite polêmico. “Trump é imprevisível, claro, mas ele já disse que é a favor de deixar os Estados se regularem na questão. Acho que ele seria mais propenso a legalizar nacionalmente do que Hillary, que tem entre seus doadores empresas farmacêuticas e outros interesses”, disse Lefevre, que não quis dizer em quem votou.
“Na época da proibição do álcool, foi igual, condado por condado, Estado por Estado, até o governo reconhecer. Com a Califórnia liderando, acredito que o fim da proibição da maconha está bem próximo.”
De acordo com a nova medida, californianos acima de 21 anos podem ter em posse, transportar, comprar e usar até uma onça (28 gramas) de maconha (mas não em locais públicos) e ter até seis plantas em casa.
A venda da droga terá um imposto de ao menos 15%. Ainda que as novas regras entrem já em vigor, não há locais credenciados para a venda, o que pode levar de seis meses a um ano para acontecer. O Estado deve começar a dar licenças para lojas a partir de janeiro. Com informações da Folhapress.