Com o controle da maioria da Câmara e do Senado, o recém presidente norte-americano, Donald Trump, poderá reverter rapidamente as principais iniciativas do governo de Barack Obama.
Nos últimos três anos, por ter a minoria no Congresso, Obama teve que recorrer a decretos presidenciais para poder governar. Ao todo, o presidente em exercício assinou 235 decretos, estipulando regras ou alterações em leis vigentes e ignorando o Congresso.
Entre os decretos mais significantes, Obama proibiu a deportação de menores filhos de imigrantes ilegais, instituiu regras limitando a emissão de gás de usinas de energia e aumentou o salário mínimo requerido por empresas terceirizadas que prestam serviços ao governo federal.
Durante a campanha, Trump também avisou que, uma vez presidente, acabaria com outros dois compromissos internacionais assinados por Obama: o combate as mudanças climáticas e o acordo de não-proliferação nuclear com o Irã.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, Trump também poderá paralisar as negociações da chamada Parceria Transpacífica (TPP), um acordo comercial entre 12 países.
A Lei da Saúde Acessível, conhecida como Obamacare, também está na lista de programas que poderão ser cancelados.
“No curto prazo, o Obamacare deve ser cancelado pelo Trump, mas não se sabe como ele será substituído”, disse à Folha o cientista político MIchael Traugott, professor emérito da Universidade de Michigan.
“A longo prazo, o legado de Obama será mesmo ameaçado pelas indicações de Trump à Corte Suprema, onde muito pode mudar, dos direitos civis ao meio ambiente”, destaca o professor Traugott.