Em petição ao juiz Sergio Moro, o fundador do Partido Social Cristão (PSC) Vitor Nósseis diz que o pastor Everaldo, candidato à Presidência em 2014, e o secretário-geral da sigla, Antônio Oliboni, receberam “vultosas quantias de dinheiro” de empresas investigadas na operação Lava Jato.
De acordo com a reportagem do Estado de S.Paulo, na denúncia, Nósseis pede ainda ao juiz da Lava Jato que bloqueie os bens de Everaldo e Oliboni. Segundo ele, o pastor e o secretário-geral do partido realizaram práticas ‘com indício de crime de lavagem de capitais e organização criminosa’.
Como ‘provas’ das suspeitas levantadas contra seus correligionários, Nósseis anexou à denúncia comprovantes de doações registradas na Justiça Eleitoral ao PSC e ao candidato à Presidência pela sigla em 2014. Uma das linhas de investigação da Lava Jato é de que as doações oficiais eram uma forma de lavar dinheiro de corrupção para as siglas e os candidatos.
A denúncia encaminhada para a sede da Lava Jato, em Curitiba, não é o primeiro episódio em que Nósseis, que presidiu o PSC por 30 anos, acusa seus correligionários na Justiça por supostas irregularidades.
Na convenção do PSC realizada em 17 de julho do ano passado, ele foi destituído do cargo de presidente nacional da legenda. Inconformado com o resultado ele está questionando a convenção – que classifica como ‘fraudulenta’ – na Justiça.
Em manifestação a Moro na quinta-feira (3), a força-tarefa da Lava Jato pediu indeferimento da solicitação de Nósseis, que pediu para ser cadastrado aos autos do processo. Segundo os procuradores da República que integram a força-tarefa, o fundador do PSC não atende aos ‘requisitos mínimos’ para ser cadastrado nas investigações penais da Lava Jato.”