Quando os corpos dos 75 brasileiros mortos na tragédia aérea em Medellin chegarem ao Aeroporto Serafim Enoss Bertazo, em Chapecó, trasladados por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), 100 mil catarinenses estarão a postos para a última homenagem aos heróis da imprensa e do clube chapecoense. A urna funerária do médico acreano Márcio Bestene Koury estará numa das várias carretas abertas que levarão os corpos até a Arena Condá. O cortejo, de cerca de 90 minutos, será aplaudido pela multidão nas ruas. A família Bestene, que já se encontra em Chapecó, decidiu que Márcio será velado e sepultado na cidade onde constituiu família. Nas arquibancadas lotadas, a torcida, familiares, curiosos, cantarão “te acompanharei até morrer”, trecho do hino chapecoense.
O comandante do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, Luis Carlos Balzan, ainda não sabe a que horas os corpos chegarão ao Brasil. “Tudo depende dos preparativos funerários na cidade de Medellin. Mas o velório coletivo está nos últimos detalhes. Faremos uma homenagem merecida aos nossos heróis”, disse ele. As urnas serão perfiladas no gramado onde a Chapecoense proporcionou tantas emoções a seus torcedores.
O planejamento do velório coletivo inclui um extenso cordão de isolamento desde a entrada até a saída do estádio. Os torcedores poderão se aproximar dos caixões, que terão os nomes das vítimas grafados. Em missa campal, o Papa Francisco rezou pelas vítimas da tragédia.
Dois irmãos de Márcio que moram em Rio Branco viajaram para santa Catarina. A mãe, Nabiha Bestene, ainda muito consternada, teve que interromper um tratamento de saúde em Goiânia, e também seguiu para Santa Catarina. Uma irmã de Márcio que mora em Portugal deve chegar a qualquer momento em Chapecó.