Amigos, familiares e colegas de profissão se emocionaram durante o enterro do sargento Paulo Andrade, de 44 anos, no final da tarde desta sexta-feira (25). Andrade foi morto com um tiro de pistola ponto 40 pelo subtenente José Adelmo Alves dos Santos, de 49 anos, na noite de quinta-feira (24) dentro do Comando Geral da PM, no Centro de Rio Branco.
O enterro ocorreu no Cemitério Morada da Paz, na Estrada do Calafate. Amiga do policial há três anos, Mércia Batista contou sobre o último encontro que teve com ele aproximadamente duas antes do crime.
“Ele me abraçou muito e naquele momento pensei que era um abraço de saudade, mas hoje vejo que era um abraço de despedida. Sabe quando aquela pessoa vai, olha para trás e volta para abraçar novamente?”, relatou emocionada.
A amiga diz que o policial trabalhava por amor à profissão. “Ele dizia que não era nem pelo dinheiro e trabalhava dia e noite”, disse.
O corpo do policial foi levado até o cemitério em uma viatura do Corpo de Bombeiros e carregado por colegas de Polícia Militar fardados. Durante a cerimônia, policiais e conhecidos não conseguiram conter as lágrimas. A Guarda Fúnebre da PM disparou três tiros para homenagear Andrade.
Entenda o caso
Andrade foi morto com um tiro nas costas pelo subtenente da Polícia Militar do Acre, José Adelmo Alves dos Santos, de 49, na noite de quinta-feira (24), dentro do Comando Geral da corporação.
A irmã da vítima, Eliete Andrade, afirmou que faltavam 5 anos para o sargento se aposentar e ele entraria de férias na segunda (28). Andrade deixou um filho de 23 anos.
Em matéria publicada na quinta, a PM-AC informou que o subtenente trabalhou durante aproximadamente 30 anos na polícia e há quatro estava na reserva. Ele foi convocado há quatro meses para reforçar a segurança na capital após a onda de ataques que ocorreu no segundo semestre deste ano em cidades do estado.
O comandante da Polícia Militar do Acre (PM-AC), coronel Júlio César, informou, durante o velório do sargento, que Santos era usuário de drogas e que teria um laudo de recuperação.
“A gente sabia que ele tinha se recuperado do uso da droga, a gente tinha esse laudo.
Tínhamos essa ideia e estávamos fazendo o acompanhamento, mas, infelizmente, aconteceu esse fato e não tiramos a nossa responsabilidade”, disse o comandante da PM.
O subtenente foi preso em flagrante e permanece no Batalhão de Operações Especiais (Bope). Ele deve ser encaminhado para audiência de custódia. “Vai ser aberto um processo disciplinar, que vai julgar se o ato que praticou fere a honra e tem todos os elementos para que ele seja expulso da corporação. Que isso sirva de exemplo para que nunca mais aconteça”, finaliza.