Rio Branco é considerada a capital espiritual da Ayahuasca pela organização da 2ª Conferência Mundial da Ayahuasca, que ocorre no Acre desde segunda-feira (17) e vai até o sábado (22). Ao menos 800 pessoas participam do evento que conta com a participação de representantes de mais de 40 países.
Um dos organizadores da conferências, Óscar Parés, afirma que o evento conta com uma grande diversidade de origens e que a ideia é fomentar o diálogo de forma horizontal, por meio de intercâmbio e reflexão conjunta.
“Aqui [Rio Branco] soube-se preservar um marco mais de uso espiritual com relação a ayahuasca. O objetivo da conferência é encontrar a diversidade cultural das práticas ayahuasqueiras. Então, não havia um lugar melhor em todo mundo para conseguir esse objetivo e celebrar essa diversidade do que a capital acreana”, diz.
Parés explica que a organização atua em parceria com instituições locais, como a Universidade Federal do Acre (Ufac), que sedia o evento, povos indígenas e a Câmera Temática da Cultura Ayahuasqueiras.
O psicólogo Jonathan Ribeiro, de 37 anos, é de São Paulo e viajou para o Acre para participar da conferência. Ele afirma que o principal objetivo é conhecer o estado e as etnias dos povos que habitam a região e que fazem uso da ayahuasca.
“Venho aqui no interesse de observar outras linhas de pesquisa no estilo mais terapêutico, tanto para o tratamento da dependência química, quanto para outras possibilidades de tratamento em vias de saúde mental, como depressão e ansiedade. Estou aqui como observador e testemunha ocular do que o mundo da ayahuasca vem oferecendo para nossa nova civilização”, afirma Ribeiro.
A educadora Rosileuda Pontes, de 52 anos, é cearense e afirma que tem acompanhado e estudado pesquisas no campo da ayahuasca. Ela conta que participa do evento desde o primeiro dia em Rio Branco e que tem sido importante poder acompanhar o interesse mundial sobre o tema.
“Estamos tendo a possibilidade de ter acesso a pesquisadores tanto da área biomédica, como da área de ciências sociais e psicologia. Também temos aqui a fala dos indígenas que têm o manejo da ayahuasca como algo importante na cultura e isso posiciona a ayahuasca como um sacramento e instrumento na busca da espiritualidade, que é o que tanto a humanidade tem precisado”, diz a educadora.
A espanhola Ester Martinez, de 65 anos, conheceu a ayahuasca em 1992 quando visitou o Acre pela primeira vez. Ela conta que participou da 1ª Conferência que ocorreu há dois anos e fala da importância do evento ocorrer em Rio Branco. “Muito feliz em ver que depois de todos esses anos a ayahuasca está visível em todo o mundo. Acho muito importante esse encontro, principalmente por ser na capital do Acre, que é o lugar de origem dessa cultura”, finaliza.