O Reino Unido anunciou nesta quinta-feira (21) que irá dar o perdão póstumo a milhares de homens condenados por leis britânicas contra a homossexualidade -hoje abolidas. Aqueles que ainda estão vivos poderão solicitar a extinção de suas condenações.
Manter relações homossexuais era considerado um crime na Inglaterra e no País de Gales até 1967, na Escócia até 1980 e na Irlanda do Norte até 1982.
Estima-se que 65 mil pessoas tenham sido condenadas sob tais leis, sendo que 15 mil ainda estão vivos.
O ministro da Justiça britânico, Sam Gyimah, disse que o governo estava tentando “corrigir esse erros”.
“É muito importante que nós perdoemos pessoas condenadas pelo seu histórico sexual e que hoje seriam inocentes de qualquer crime”, completou.
A pressão para um perdão cresce desde que o matemático Alan Turing, que teve um papel proeminente na Segunda Guerra Mundial como decifrador de códigos nazistas, recebeu o perdão real póstumo em 2013.
Após o fim do conflito, Turing foi condenado por manter relações com um homem e passou por um processo de castração química, recebendo um tratamento de hormônios femininos. Ele se suicidou em 1954, aos 41 anos, comendo uma maça envenenada.
Muitos ativistas de direitos gays celebraram o anúncio quinta. Uma parte, porém, afirma que o governo deveria ir além e dar o perdão sem que as pessoas tenham de solicitá-lo. Outros dizem que deveriam ser dadas desculpas, não um perdão.
“Aceitar um perdão significa aceitar que você foi culpado. Eu não fui culpado de nada”, disse o escritor George Montague, 94, condenado por indecência em 1974.