No AC, ex-marido é condenado a mais de 27 anos por morte de vendedora

adjuniorA Justiça do Acre condenou o ex-marido da vendedora Keyla Viviane do Santos, de 29 anos, morta a facadas em março deste ano em frente à loja em que trabalhava, a 27 anos e 6 meses de prisão pelo crime. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC).


Adjunior Sena, de 32 anos, foi a júri popular nesta quinta-feira (6), no Fórum Criminal, na Cidade da Justiça, em Rio Branco. A decisão, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, saiu no início da tarde e cabe recurso.


Dois dias após o crime, a 10ª Promotoria do Júri do Ministério Público do Acre (MP-AC) divulgou imagens de uma câmera de segurança que flagrou toda a ação do ex-marido.


A família de Keyla, incluindo a avó, mãe e as duas filhas da vendedora, além de amigos acompanharam o julgamento.


“Não estou feliz pela condenação porque preferia minha tia aqui. Em relação ao tempo de pena, acredito que a justiça foi feita. Se a juíza acha que é esse o tempo que ele tem que pagar, tudo bem, apenas quero que pague pelo que fez. Acredito na Justiça brasileira e do nosso estado”, disse o sobrinho da vítima, Matheus Tavares.


Entenda o caso
A vendedora Keyla Viviane dos Santos, na época com 29 anos, foi morta a facadas pelo ex-marido, Adjunior Sena. O crime ocorreu no bairro Estação Experimental em frente à loja em que a vítima trabalhava.


Sena foi preso minutos após o crime. No dia 11 de maio, o caso teve a primeira audiência de instrução. Além do sobrinho da vítima, dois policiais militares que atenderam a ocorrência, a irmã e uma filha da vítima foram ouvidos.


No dia 14 de junho, a Justiça do Acre decidiu que o acusado iria a júri popular. A decisão foi assinada pela juíza substituta Ana Paula Saboya Lima, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco.


Lei homenageia vítima
Sete meses após o crime, a Prefeitura de Rio Branco sancionou a lei 2.210, que leva o nome da vendedora e inclui no calendário oficial da cidade 1º de março como o “Dia Municipal da Não Violência Contra a Mulher”. O decreto foi publicado no Diário Oficial do dia 26 de setembro.


Com a nova lei, o município deve usar a data para promover atos públicos, palestras educativas, distribuir panfletos, fazer visitas a instituições que abrigam mulheres vítimas de violência e fazer também o reconhecimento de personalidades locais que lutam pela causa.


Dia de luta
Tia da vítima, a professora Maria Rosilda Nascimento diz esperar que a história da sobrinha inspire ações de combate à violência.


“A gente fica emocionada porque foi por um motivo triste, um pesadelo na vida da família, mas, ao mesmo tempo, a gente fica feliz por ser um dia para chamar atenção da sociedade sobre esse tipo de violência, que ainda atinge tantas mulheres. Vamos fazer o possível para que não seja apenas um dia no calendário, mas que seja para chamar atenção. Que seja um dia de luta”, disse.


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