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AC é 5º estado com maior nº de sífilis na gestação, diz Ministério da Saúde

testerapido05O Acre é o quinto estado com maior número de casos de sífilis na gestação, com uma taxa de 18,3 casos a cada mil nascidos vivos. O número é muito acima da média nacional, que é de 11,2.


O estado fica atrás apenas dos estados do Mato Grosso do Sul (21,9), Rio Grande do Sul (20,2), Espírito Santo (19,3) e Rio de Janeiro (18,4). Os dados, divulgados pelo Ministério da saúde nesta quinta-feira (20), são do Boletim Epidemiológico de 2016.


Ao G1, o responsável pelo Departamento Técnico de HIV e Aids no Acre, Nelson Guedes alega que o número é alto, mas não é tão ruim, pois significa que as pessoas estão procurando tratamento para a doença e sendo identificadas pela atenção básica de saúde.


“O diagnóstico precoce é o primeiro passo. Isso mostra que a população está fazendo o teste rápido que é ofertado nas unidades ou na maternidade. Infelizmente, muitas vezes as gestantes não identificam a doença por não terem feito o pré-natal adequado, ou seja, as sete consultas”, lamenta.


Ao mesmo tempo em que registra um número tão alto da doença durante a gestação, os dados do Ministério apontam que o Acre registrou apenas 4 casos a cada mil nascidos vivos de sífilis congênita – quando a doença é transmitida à criança durante a gestação pela mãe infectada. A taxa é 2,5 menor que a média nacional de 6,5 casos.


“Esse contraste entre a sífilis durante a gravidez e a sífilis congênita mostra que as ações das unidade de saúde estão dando resultados. A grávida precisa fazer o pré-natal de maneira regular. Se ela fizer isso as chances de a doença ser detectada de forma precoce é bem grande, dessa maneira a mãe está garantindo a saúde dela e do filho”, explica.


A detecção da sífilis é feita por meio de testes rápidos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o Ministério da Saúde, a indicação da realização dos testes rápidos para as gestantes é feita já na primeira consulta do pré-natal. O órgão faz um alerta sobre a importância das mães e seus parceiros iniciarem o pré-natal ainda no primeiro trimestre da gravidez.


“Muitas vezes a gente não consegue tratar o parceiro dessa gestante. Estamos criando mecanismos para buscar essa pessoa, pois a mãe vai voltar a ter relação sexual e vai ser infectada novamente. Existe muito preconceito ainda, as pessoas às vezes não possuem informações, não procuram se consultar com frequência e isso dificulta o tratamento. Pedimos que as pessoas usem preservativos para evitar outras doenças como HIV e hepatites”, destaca.


Casos de sífilis registrados no Brasil
O Ministério da Saúde afirmou que os tipos de sífilis – adulto, em gestantes e congênitas (em bebês) – são notificados obrigatoriamente no país há pelo menos cinco anos. Segundo dados do Boletim Epidemiológico entre os anos de 2014 e 2015, os casos de sífilis adquirida tiveram um aumento de 32,7%, de sífilis em gestantes 20,9% e congênita, de 19% em todo o país.


O número de casos notificados da doença no Brasil foi de 65.878 em 2015. De acordo com o órgão, a maioria dos casos são registrados em homens, 136.835 (60,1%). Em gestantes, no ano de 2015, a taxa de detecção da sífilis foi de 11,2 casos de sífilis em gestantes a cada 1.000 nascidos vivos, considerando o total de 33.365 casos da doença.


A doença
A sífilis congênita pode causar má-formação do feto, nascimento prematuro, aborto e até a morte do bebê. Os que nascem vivos têm a saúde comprometida. Na maioria dos casos, a sífilis se manifesta logo após o nascimento, mas a doença pode se manifestar até os dois anos de vida. A criança doente pode apresentar pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, surdez, dificuldade de aprendizagem, retardo mental e deformidades ósseas.


Nas mulheres e nos homens, os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após a contaminação. Se progredir, a doença pode causar manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos. A doença pode ser transmitida por relação sexual sem preservativo com pessoa infectada, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto.


Tratamento
O exame de sangue para identificar a doença deve ser feito ainda no primeiro trimestre da gravidez nas Unidades de Atenção Básica, nas redes municipais de saúde, e nos serviços que realizam pré-natal pelo SUS. Recomenda-se que o teste seja repetido no terceiro trimestre de gestação e, novamente, antes do parto.


Por isso, todos os bebês que nascem na rede pública de saúde devem realizar o exame para identificar a doença. Em caso positivo, a criança precisa ficar 10 dias internada para receber a medicação adequada, o que muitas vezes aumenta o tempo de internação também das mães.


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