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‘Pior momento da carreira’, diz capitão da PM acreano baleado no Rio

policial_baleado_em_ataque_no_rio_de_janeiro_afirmou_que_esse_foi_o_pior_momento_da_carreiraO capitão Alen Marcos Ferreira, de 41 anos, atingido por um tiro de raspão na testa no Rio de Janeiro (RJ), no dia 10 de agosto, retornou para Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, no dia 24 de agosto, e contou ao G1, pela primeira vez, detalhes de como foi a ocorrência em que ele e dois colegas foram atacados no Rio de Janeiro.


O oficial, que foi enviado para atuar na Força Nacional na segurança da Olimpíada, descreveu o ataque como o momento mais difícil de sua carreira.


“Nestes meus 23 anos de carreira de policial militar, esse foi o pior momento que me aconteceu. Fui alvejado por uma bala de arma de fogo no Rio de Janeiro, o que a gente só costuma ver pela televisão. Ser alvejado numa cidade que você não conhece, sem saber onde estava e achando que meus colegas estavam mortos naquele momento, não é nada bom”, contou o oficial.


Ferreira relembrou o dia do ataque e disse que ele e os colegas estavam perdidos. “Um motoqueiro surgiu perto do carro, falou alguma coisa e gesticulava com os braços.Não sei o que ele queria dizer, foi muito rápido. Nesse momento, já ouvi um disparo de arma de fogo. Na sequência, ouvi outros disparos e percebi que tinha sido ferido na testa. Senti sangue escorrendo no rosto. O motorista ainda tentou dar ré”, detalhou.


Ao perceber que o motorista havia sido alvejado e que não conseguia visualizar o outro colega que estava sentado no banco da frente do carro, o capitão disse que resolveu sair do veículo e tentou pedir socorro. “Passei um áudio informando aos oficiais para tentar uma localização. Na verdade, não sabíamos onde a gente estava. E eu imaginei que os dois estavam mortos”, disse.


O capitão contou que, além da tristeza de ter perdido um colega de trabalho e ter ficado ferido durante o ataque, teve que lidar com as críticas por parte de outros oficiais que insinuaram que ele havia abandonado a equipe quando saiu do carro.


“O que mais me abalou foram as críticas dos próprios companheiros, que não estavam na situação e tiraram conclusão de que eu teria abandonado meus companheiros. Isso me deixou muito triste, foi o que mais me perturbou relacionado a esta ocorrência. Eles não respeitaram o fato de eu ter ficado ferido e perdido um colega”, alegou Ferreira.


Ainda com algumas dores, o capitão contou que antecipou seu retorno para Cruzeiro do Sul para ficar com a família e se recuperar. Ele afirmou que vai continuar atuando na carreira de policial militar. “Se surgir outras situações semelhantes, estaremos de cabeça erguida, pronto para a luta e para enfrentar”, concluiu.


Entenda o caso
O PM e mais dois agentes foram baleados quando estavam a caminho do Centro. Eles entraram por engano na Vila do João, uma comunidade dominada por traficantes, e foram atacados em uma localidade conhecida como Boca do Papai, no Rio de Janeiro, no dia 10 de agosto.


O capitão Ferreira atua na segunda maior cidade do Acre, Cruzeiro do Sul, a 648 km de Rio Branco e estava no Rio de Janeiro porque foi um dos 180 policiais recrutados para reforçar a segurança dos jogos olímpicos.


Atuação dos militares no Rio
A Força Nacional foi designada pelo Ministério da Justiça e Cidadania para cuidar da segurança de todas as instalações de competições da Olimpíada e Paralimpíada do Rio. Ela foi formada por policiais militares, civis, bombeiros e peritos.


Todos os agentes da Força Nacional passaram por vários cursos de capacitação e outros treinamentos. Eles são dos 26 estados e também do Distrito Federal. A formação começou há mais de um ano, em Brasília, e a maior parte do contingente é formada por PMs.


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