Apontado como autor do disparo que matou o cabo da Polícia Militar do Acre (PM-AC), Alexandro Aparecido dos Santos, de 36 anos, o jovem Kennedy Silva Magalhães, de 23, foi indiciado por homicídio com motivação fútil.
A Polícia Civil informou que o inquérito foi concluído e entregue à Justiça no final do mês de agosto. Magalhães está preso no Complexo Prisional Francisco d’Oliveira Conde, em Rio Branco, desde o dia do crime.
Antes da morte, o jovem já tinha mais de 25 passagens pela polícia. Dentre os crimes descritos na ficha criminal de Magalhães estão: tráfico de drogas, furto, furto qualificado, roubo, disparo de arma de fogo, lesão corporal dolosa, ameaças, falta de permissão ou habilitação para dirigir e um homicídio doloso na forma tentada.
O delegado responsável pelo caso, Carlos Bayma, disse ao G1 que através dos depoimentos e as períciais chegou a conclusão que Magalhães foi o responsável pelo tiro que matou Santos.
“Pegou a pistola, através de um descuido do policial, e atirou contra o cabo. A PM não ia bater nele, apenas imobilizá-lo. Então ele pegou a arma do policial e usou para matá-lo por motivo fútil”, esclarece.
Bayma disse ainda que o Ministério Público do Acre (MP-AC) ofereceu denúncia no início de setembro contra Magalhães. “Agora virou processo. Com certeza deve ir a júri popular. Ouvi várias pessoas e indiciei o outro jovem por coautoria simples”, conclui
O G1 entrou em contado com a assessoria de comunicação do MP-AC, que disse não ter sido informada da decisão até a publicação desta reportagem.
Entenda o caso
O cabo da PM Alexandro Aparecido dos Santos foi morto com um tiro no pescoço durante uma abordagem a três pessoas no bairro Novo Horizonte.
Um dos homens que foi abordado reagiu à ação, iniciou uma luta com policiais, conseguiu pegar uma das armas a acabou dando um tiro que vitimou o PM.
A polícia informou que dois dos envolvidos foram presos no momento da ocorrência, incluindo o que efetuou o disparo. O terceiro homem conseguiu fugir do local. Ao reconhecer o corpo do marido no Instituto Médico Legal (IML) a mulher do cabo, Nara Aline Santos, de 25 anos, passou mal.
A PM divulgou uma nota lamentando o ocorrido. “O governo ressalta que o policial foi morto durante o exercício da profissão e combatendo a criminalidade”, disse.
O documento diz ainda que o PM possuía conduta “ilibada” e nunca houve processo contra ele na corregedoria da instituição. “A sociedade acreana perde um defensor da ordem pública que, na condição de policial militar, lutou até o fim contra a criminalidade”, finaliza a nota.
O corpo de Santos foi conduzido em um cortejo até o Aeroporto Plácido de Castro, no último dia 16. Mesmo abalados, mais de 200 policiais militares acompanharam o cortejo do colega. O cabo foi levado para a cidade de Vilhena (RO), onde foi enterrado.
A pedido do G1, o especialista em segurança Marcos do Val, analisou o vídeo que mostra o momento exato em que o cabo foi baleado e morto. Do Val, que é instrutor da Swat, afirmou que não houve erro por parte dos policiais e que a morte de Santos pode ser atribuída a uma “fatalidade”.