Lei de combate à violência recebe nome de vendedora morta por ex

keyla


Sete meses após a morte da vendedora Keyla Viviane dos Santos, esfaqueada pelo ex- marido em frente  à loja em que trabalhava, a Prefeitura de Rio Branco sancionou a lei 2.210, que leva o nome da vendedora e inclui no calendário oficial da cidade 1º de março como o “Dia Municipal da Não Violência Contra a Mulher”. O decreto foi publicado no Diário Oficial desta segunda-feira (26).


Keyla foi morta por Adjunior Sena, de 32 anos, com duas facadas, uma no peito e outra na virilha. Na época, uma câmera de segurança do estabelecimento flagrou toda a ação. No dia 11 de maio, houve a primeira audiência de instrução e julgamento do acusado, quando testemunhas foram ouvidas.


Com a nova lei, o município deve usar o dia 1º de março para promover atos públicos, palestras educativas, distribuir panfletos, fazer visitas a instituições que abrigam mulheres vítimas de violência e fazer também o reconhecimento de personalidades locais que lutam pela causa.


O subchefe da Casa Civil para assuntos jurídicos do município, Márcio Oliveira, explica que, devido ao crime ter tido uma comoção muito ampla, a lei não poderia receber outro nome. “A ideia é utilizar o dia em que ela foi assassinada para fazer um ato, um dia de combate à violência contra a mulher”, explica.


‘Um dia de luta’, diz tia da vítima
Tia da vítima, a professora Maria Rosilda Nascimento diz esperar que a história da sobrinha inspire ações de combate à violência.


“A gente fica emocionada porque foi por um motivo triste, um pesadelo na vida da família, mas, ao mesmo tempo, a gente fica feliz por ser um dia para chamar atenção da sociedade sobre esse tipo de violência, que ainda atinge tantas mulheres. Vamos fazer o possível para que não seja apenas um dia no calendário, mas que seja para chamar atenção. Que seja um dia de luta”, diz.


Maria diz ainda que a situação da família, meses após o crime, ainda é de muita dor. “A Keyla era uma jovem cheia de vida, que deixou duas filhas adolescentes lindas. É realmente uma dor muito grande. Nunca se espera. Todos os dias se veem notícias, mas quando é alguém muito próximo é como perder um pedaço de si”, conclui.


Lei ‘Quebrando o silêncio’
Nesta segunda, foi sancionada também a campanha “Quebrando o Silêncio”, que institui ações para prevenir o abuso e a violência contra a mulher no calendário oficial de eventos de Rio Branco. Os eventos e a campanha serão feitos pela Igreja Adventista do Sétimo Dia e devem ocorrer anualmente no 4° sábado do mês de agosto.


Márcio Oliveira explica que, apesar de serem parecidos, os eventos possuem formatos e particularidades diferentes. A lei da Igreja Adventista foi, segundo ele, um pedido da instituição e é realizado em oito países da América Latina.


“A lei não fala apenas das mulheres, mas também de idosos e crianças. Existe um programa igual em vários países. Foi sancionada e não teve nem indicação de veto. A outra também foi sancionada e possuem caráter diferentes”, finaliza o subchefe da Casa Civil.


 


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