Especialistas acreditam que a operação Lava Jato deve impulsionar uma onda de ações semelhantes a partir deste semestre. Como exemplo, citam a operação Greenfield, deflagrada na semana passada, em oito Estados brasileiros e no Distrito Federal, que cumpriu 127 mandados judiciais. As informações são da Folha de S. Paulo.
O advogado e ex-presidente da OAB do Paraná, Juliano Breda, acredita que haverá um desdobramento gigantesco das operações, inclusive nos âmbitos estaduais e municipais. “E vai perdurar ao menos durante cinco anos”, acredita ele, que defende investigados na Lava Jato.
O modelo desse tipo de operação se apoia em forças-tarefa com membros do Ministério Público, Polícia Federal, Corregedoria-Geral da União, Receita Federal e no trabalho de grupos especializados anticorrupção.
Outro ponto importante seria o fato de que estas ações ainda têm a missão de “imunizar” as atuais investigações contra o fracasso de operações passadas, quando “tudo acabava em pizza”.
É o que o cientista político Christopher Garman, diretor da Eurasia (maior consultoria americana para risco em mercados emergentes), chama de “novo normal”.
Outra característica das operações é o recrutamento de especialistas que agilizam a obtenção de documentos e a análise das provas obtidas. Na Greenfield, por exemplo, especialistas em mercado financeiro e fundos de pensão deram suporte a investigação.
O alerta fica por conta do que o professor de ciência política da Universidade Federal de Minas Gerais, Leonardo Avritzer, chama de “autonomização da força-tarefa”. Para ele, investigadores estão propondo medidas que “claramente subvertem as garantias fundamentais no país”.