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Gigante iraniano de 2,46m é sensação no vôlei sentado

naom_57d6cc13c1e54Na cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, do meio para o final do desfile das delegações, chamou muita atenção um paratleta iraniano que se esforçava para acompanhar os companheiros e se destacava pela estatura extremamente elevada.


Era Morteza Mehrzadselakjani, de 2,46m de altura, homem mais alto de seu país e atleta com estatura mais elevada dos Jogos Paralímpicos. “Super trunfo” do Irã na busca pela medalha de ouro no voleibol sentado, o gigante vem sendo preparado para ser o melhor do mundo no esporte.


“É o nosso gigante iraniano, estamos aqui para mostrar ao país a estreia dele”, disse Valiallah Shojaee, jornalista da TV estatal do país, no Pavilhão 6 do Riocentro, durante a estreia do gigante iraniano nos Jogos, contra a China, na noite de sábado. “Mas ele ainda não é muito famoso”.


Morteza Mehrzad nasceu em 1987 e, aos 16 anos, já ultrapassava 1,90m de altura. Diagnosticado com acromegalia, um distúrbio raro que provoca forte descontrole dos hormônios de crescimento, foi personagem de uma reportagem sobre o tema na TV local há cinco anos. Um dirigente de um clube iraniano viu Mehrzad e teve a ideia de lapidá-lo para o voleibol sentado. A vantagem era óbvia: com a estatura elevada, ele seria uma barreira quase que intransponível na rede.


Foram cinco anos de iniciação no esporte, passando por clubes menores até chegar à seleção nacional, em março deste ano. Embora já tenha sido campeão e melhor atacante da Copa Intercontinental, sua primeira competição pela equipe, é no Rio 2016 que enfrenta o primeiro grande desafio para se tornar referência neste esporte.


“Demos a ele a plataforma para ser campeão Paralímpico. Estamos o preparando para fazer história. E ele quis isso para a vida dele”, explicou o técnico Hadi Rezaeigarkani,  após o Irã estrear no grupo B vencendo a China sem dificuldades por 3 sets a 0.


Em sua estreia Paralímpica, o grandalhão caiu nas graças do público brasileiro. Depois de começar o jogo no banco de reservas, foi à quadra quando o placar marcava 13 x 8 para os iranianos no segundo set. Os aplausos foram instantâneos. “Olha o gigante do Irã”, anunciou o apresentador de esporte da arena, após ele marcar seu primeiro ponto. Foram seis no total, em menos de seis minutos em quadra.


Tempo suficiente, porém, para perceber que seu tamanho ultrapassa em muito a rede e que sua imagem destoa fortemente dos adversários e até mesmo de seus companheiros. Merhzad claramente ainda não executa com perfeição os fundamentos do esporte. Mas seus ataques são poderosos e quase sempre passam muitos centímetros acima dos bloqueadores adversários, que pouco podem fazer para pará-lo.


No momento em que bloqueou um chinês no melhor estilo “monster block”, a arquibancada reagiu com um uníssono “ohhhhh”, impressionada. A cereja do bolo foi fechar o set em 25/13 com um saque forte que o líbero chinês não conseguiu receber (veja no vídeo abaixo). Comemoração nas arquibancadas, adotando o “time do gigante”, enquanto que ele voltou para o banco, de onde assistiu ao restante do jogo.


“Não vamos mostrar nossas cartas todas de uma só vez”, brincou o treinador iraniano. “Vamos aos poucos, mas posso dizer que o estamos treinando para ser o melhor do mundo em dois anos”, explicou.


Ao final da partida, que durou apenas 1h03 e provou que o Irã será um grande adversário para o Brasil na busca pelo ouro, Mehrzad foi o único em quadra que cumprimentou os adversários sentado. Aliás, ele passa a maior parte do tempo desta forma. Levantou-se apenas para a execução dos hino nacionais.


Isso porque sofreu uma séria fratura na pélvis na adolescência que paralisou o crescimento da sua perna direita. Com isso, sua perna esquerda é cerca de 15cm mais comprida, o que dificulta e muito a locomoção da grande promessa do voleibol sentado iraniano, que maioria das vezes desloca-se de cadeira de rodas, mas por vezes utiliza muletas para andar.


“Antes ele era considerado só um cara estranho e hoje ele pode ser um campeão”, finalizou o treinador Hadi Rezaeigarkani.


Na segunda (12), o Irã volta a jogar no Rio 2016, desta vez diante da Bósnia e Herzegovina, atual campeã Paralímpica. Uma ótima oportunidade para o gigante iraniano mostrar que está no caminho certo rumo, literalmente, ao topo do voleibol sentado mundial.


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