Após ouvir oito pessoas sobre a morte do cabo da Polícia Militar (PM-AC) Alexandro Aparecido dos Santos, morto durante uma abordagem policial, a Polícia Civil diz que não há dúvidas quanto a autoria do crime.
Cinco PMs, que participaram da abordagem, dois rapazes, sendo um preso por desacato, e Kennedy Silva Magalhães, apontado como autor dos disparos, foram ouvidos, ainda na segunda-feira (15) na na Delegacia de Flagrantes (Defla), em Rio Branco.
O delegado responsável pelas investigações, Carlos Bayma, disse ao G1 que dos cinco policiais militares presentes na cena do crime, três afirmaram ter visto a arma do cabo morto nas mãos de Magalhães. Além disso, Bayma acrescentou que os outros dois homens presos disseram em depoimento que o jovem confessou dentro do carro da PM que tinha matado o cabo.
“Não tenho dúvidas que foi ele [Magalhães]. Os policiais viram quando o motorista da viatura tirou a arma da mão dele. Os outros dois policiais disseram que só ouviram o disparo. Tem cinco pessoas dizendo que ele matou”, ressalta.
A única dúvida que ainda resta, segundo o delegado, é saber como Magalhães tirou a arma de Santos e disparou. Bayma diz que já viu o vídeo que viralizou nas redes, mas não conseguiu chegar a uma conclusão sobre o caso. O problema deve ser resolvido após os laudos das perícias, solicitados pela investigação, serem entregues.
“Pedi perícia papiloscópica, residuográfica nas mãos dele, e solicitei ao IML [Instituto Médico Legal] para saber qual a distância do disparo até o projétil atingir o PM. Tenho dez dias para concluir o inquérito e, caso os laudos não sejam entregues, tenho que entregar o que tiver pronto e enviar os laudos depois”, conclui.
Entenda o caso
O cabo Alexandro Aparecido dos Santos, de 36 anos, da Polícia Militar (PM) foi morto com um tiro no pescoço durante uma abordagem a três pessoas no bairro Novo Horizonte, em Rio Branco. Um dos homens que foi abordado reagiu à ação, iniciou uma luta com policiais, conseguiu pegar uma das armas a acabou dando um tiro que vitimou o PM.
A polícia informou que dois dos envolvidos foram presos no momento da ocorrência, incluindo o que efetuou o disparo. O terceiro homem conseguiu fugir do local. Ao reconhecer o corpo do marido no Instituto Médico Legal (IML) a mulher do cabo, Nara Aline Santos, de 25 anos, passou mal.
A Polícia Militar divulgou uma nota lamentando o ocorrido. “O governo ressalta que o policial foi morto durante o exercício da profissão e combatendo a criminalidade”, disse.
O documento diz ainda que o PM possuía conduta “ilibada” e nunca houve processo contra ele na corregedoria da instituição. “A sociedade acreana perde um defensor da ordem pública que, na condição de policial militar, lutou até o fim contra a criminalidade”, finaliza a nota.
O corpo de Santos foi conduzido em um cortejo até o Aeroporto Plácido de Castro, na manhã de terça-feira (16). Mesmo abalados, mais de 200 policiais militares acompanharam o cortejo do colega. O cabo foi levado para a cidade de Vilhena (RO), onde deve ser enterrado.