A Secretaria de Segurança Pública (Sesp-AC) registrou duas ocorrências, entre a noite do sábado (20) e a madrugada deste domingo (21), na quinta noite de ataques em represália à morte de um homem durante troca de tiros com a Polícia Militar (PM). Conforme o órgão, os dois casos ocorreram em Rio Branco, capital do estado.
Os dados foram contabilizados por meio do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp). Uma das ocorrências, segundo a Sesp-AC, foi o registro de uma tentativa de incêndio no antigo prédio da Superintendência da Polícia Federal (PF), na Rua Floriano Peixoto, no Centro.
Outro registro, de acordo com o levantamento, foi a apreensão de um menor – cuja idade não foi divulgada – com uma arma de fogo no Segundo Distrito da capital acreana. A Segurança afirmou que o adolescente é suspeito de tentar invadir a casa de um policial.
Na primeira noite de ataques, terça-feira (16), foram contabilizadas nove ocorrências em Rio Branco. No segundo dia, quarta-feira (17), 16 atentados foram apontados pela polícia na capital e em municípios. Já na quinta-feira (18), terceira noite, a polícia informou uma redução nas ocorrências, somente quatro.
A quarta noite de ataques, entre a sexta-feira (19) e a madrugada do sábado (20), os registros voltaram a subir, com 12 ocorrências em três cidades acreanas – Xapuri, Sena Madureira e também em Rio Branco.
Motim em presídio
Na sexta-feira, detentos do presídio Francisco d’Oliveira Conde, em Rio Branco, realizaram um motim em protesto contra uma revista de celas realizada em decorrência da onda de atentados no estado.
A revolta terminou com 24 detentos feridos e encaminhados para Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). Segundo o diretor de operações da PM, coronel Marcos Kimpara, um passou por cirurgia e três permaneciam internados no sábado (20).
A área ao redor do hospital precisou ser interditada e os portões, fechados para receber os detentos. O tráfego dentro da unidade também passou a ser restrito e a troca de acompanhantes foi impedida. Kimpara afirma que, caso haja necessidade, novas revistas devem ser feitas no presídio.
Informações falsas
A operação integrada de polícias inciada na quarta-feira (17) em resposta à onda de ataques deve continuar a operar por tempo indeterminado, segundo o coronel Marcos Kimpara. Ele reclama das informações falsas que são repassadas pelas redes sociais e causam deslocamentos desnecessários de policiais.
“Tem muita informação falsa no Whatsapp. Então, nesse momento, a gente pede que a população não espalhe boatos sem que tenha certeza daquela informação. Vamos atuar até que retorne a situação de normalidade”, afirma.
Início dos ataques
A onda de atentados teve início após Macio Pires Teles do Nascimento, de 18 anos, morrer em uma troca de tiros com a polícia no bairro Vila Acre, na terça-feira (16). Segundo a PM, Nascimento fez uma família refém durante um assalto e, ao tentar fugir, entrou em confronto com a PM e foi baleado.
Uma das nove ocorrências registradas na primeira noite foi a perda total do arquivo cultural do Parque Capitão Círiaco. A Sesp-AC anunciou uma operação com a convocação de 373 agentes das polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal (PRF), do Exército, do Corpo de Bombeiros e do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTrans), além de representantes do Ministério Público (MP-AC) e do Judiciário.