Internos do Presídio Francisco d’Oliveira Conde, em Rio Branco, foram levados para o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), após o motim ocorrido na unidade nesta sexta-feira (19). O número de feridos não foi divulgado pelo Instituto de Administração Penitenciária (Iapen-AC) até a publicação desta reportagem.
Toda a área ao redor do hospital foi interditada e os portões fechados para receber os detentos. Segundo uma acompanhante de paciente que não quis se identificar, o tráfego dentro da unidade também passou a ser restrito.
“Não estão deixando sair nem das alas. Qualquer material ou pessoa está impedido de entrar. Não permitem nem a troca de acompanhante”, disse.
Questionado se a interdição foi a medida de segurança adotada pela Segurança Pública para evitar um ataque ou tentativa de libertação de presos, o Iapen-AC disse apenas que faz parte do Plano Tático Operacional que vem ocorrendo desde a última quinta-feira (18).
O órgão disse ainda que uma nota sobre o caso e mais informações sobre a situação devem ser emitidas posteriormente.
Presos queimaram colchões
Presos do Pavilhão K do presídio Francisco d’Oliveira Conde, em Rio Branco, bateram grades e queimaram colchões em protesto, de acordo com o governo do Acre, contra as revistas que estão ocorrendo na unidade. A situação, segundo o Iapen teria sido contornada após 40 minutos.
“Os agentes foram fazer uma revista de rotina e eles resistiram”, disse ao G1 o diretor da unidade, Rames Mesquita. De acordo com o Iapen-AC, ao menos três policiais tiveram ferimentos leves durante o confronto.
Em nota, o Iapen disse ainda que “a conduta dos detentos será apurada em procedimento http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativo”. O órgão, no entanto, não divulgou números e nem o resultado da revista.
Familiares dos presos também fizeram um ato e fecharam a entrada da unidade. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sesp-AC), uma comissão formada alguns desses parentes foi formada para debater a situação com o Iapen-AC.
As revistas na unidade fazem parte das ações tomadas pela Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sesp-AC) após a onda de ataques criminosos que tem ocorrido em cidades do estado. Na quinta-feira (18), os agentes já haviam encontrado 46 celulares, além de facas e estoques durante revista no Pavilhão L.
Início dos ataques
A onda de atentados iniciou após Macio Pires Teles do Nascimento, de 18 anos, morrer em uma troca de tiros com a polícia no bairro Vila Acre. Nascimento teria feito uma família refém durante um assalto e, ao tentar fugir, entrou em confronto com a PM, que acabou revidando.
Inicialmente, a polícia informou que o assaltante era menor de idade, mas depois o Instituto Médico Legal (IML) confirmou a identidade de Nascimento.
Após uma madrugada com nove ocorrências, entre elas a perda total do arquivo cultural do Parque Capitão Círiaco, o secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, anunciou o reforço de 373 membros das polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal (PRF), Exército, Corpo de Bombeiros, Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTrans). Representantes do Ministério Público (MP-AC) e do Judiciário participam da operação.
Na segunda noite, na quinta-feira (17), cinco cidades acreanas sofreram algum tipo de atentado, segundo informações da Segurança Pública. Ao todo, houve o registro de 16 ocorrências e 34 foram presas suspeitas de envolvimento nos ataques.
Em coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (19), a Segurança Pública apontou uma redução no número de ataques no Acre durante a madrugada desta sexta-feira (19). Na terceira noite de atentados, sexta (19), foram registradas quatro ocorrências. Ao todo, 12 pessoas foram presas e dois adolescentes apreendidos durante a madrugada.