Justiça do Acre nega habeas corpus a PF que matou jovem em boate

reconstituicaoA Justiça do Acre negou, nesta terça-feira (9), o pedido de habeas corpus em favor do policial federal Victor Campelo, de 23 anos,apontado como autor de um disparo que matou um jovem dentro de uma boate em Rio Branco, no dia 2 de julho.


Campelo está preso na sede da Superintendência da Polícia Federal do Acre, em Rio Branco.


O advogado de Campelo, Wellington Silva, disse ao G1 que entrou com o pedido há duas semanas. O Judiciário já havia negado o pedido de liminar impetrado pela defesa no final de julho.


Durante a confusão na boate, o estudante Rafael Chaves Frota, de 25 anos, morreu após ser atingido com um tiro, outro jovem ficou ferido, além do próprio policial que teria atirado na perna dele.


Silva diz acreditar que o pedido foi negado porque a Justiça ainda não teria tido acesso à novas informações da conclusão do inquérito, que teria sido entregue pela Polícia Civil na tarde de segunda-feira (8). Ele explica ainda o que pretende fazer.


“Foi juntado o termo de simulação da reconstituição dos fatos e os laudos periciais. Então com base nas novas provas e novos elementos, é que a defesa está postulando um novo pedido de liberdade”, esclarece.


Silva  acredita que o resultado do novo pedido deve sair em até 10 dias e dessa vez deve ser aceito. “A saída e inocência dele são resultados naturais que corroboram com as provas apresentadas. Manter a prisão dele é ir contra o que as provas apresentaram”, detalha.


Entenda o caso
A Polícia Federal (PF-AC) alegou na época que os disparos foram feitos em legítima defesa, já que Victor Campelo teria sido agredido por várias pessoas e puxou a arma ao cair no chão. Um dos tiros acertou Frota, que chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Outro homem e o próprio policial também ficaram feridos.


Um dia depois do ocorrido, o policial federal foi encaminhado à audiência de custódia, onde a Justiça do Acre decidiu pela manutenção da prisão. O Tribunal da Justiça (TJ-AC) afirmou que o suspeito alegou legítima defesa, mas o argumento não convenceu o juiz. A PF-AC informou que Campelo está custodiado na sede do órgão.


Familiares de Frota fizeram um ato, no dia 21 de julho, no Centro da capital acreana para pedir justiça. O pai do jovem, Gutemberg Frota, disse que a iniciativa é uma tentativa de sensibilizar a sociedade para que crimes dessa natureza não fiquem impune.


O delegado de Polícia Civil, Rodrigo Noll, responsável pelas investigações, afirmou, em 20 de julho, que o inquérito deve ser concluído até a próxima semana. Ele disse ainda que mesmo com o resultado dos laudos periciais, outros procedimentos ainda precisam ser tomados. Em seguida, o caso vai ser encaminhado ao Poder Judiciário.


Na noite do último dia 26 de julho, a Polícia Civil reconstituiu a morte do estudante Rafael Frota, de 25 anos. Campelo, que segue preso na sede da Polícia Federal no Acre, a namorada dele, Lavínia Melo, de 19 anos e os jovens apontados como responsáveis pela confusão que teria motivado os tiros, retornaram à casa noturna, no bairro Aviário, para participar da simulação.


Além deles, o delegado Rodrigo Noll, responsável pelo caso, o diretor do Departamento  de Polícia Técnico-Científica (DPTC), Haley Vilas Boas, membros do Ministério Público Estadual do Acre (MP-AC) e agentes da Polícia Federal acompanham o trabalho. A Polícia Militar (PM-AC) também está no local dando suporte para as equipes


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