Quase três meses após o assassinato de um agricultor de 47 anos na zona rural de Mâncio Lima, interior do Acre, o caso sofreu uma reviravolta. Após ser preso por ameaçar incendiar a casa e agredir a mãe e uma irmã com uma faca, um jovem de 19 anos, que era enteado do homem, confessou o crime.
O crime ocorreu no dia 10 de maio na comunidade Volta da Aurora. Na época, dois adolescentes, então com 14 e 15 anos, irmãos do rapaz de 19, confessaram ter matado o agricultor com golpes de facão em legítima defesa, já que a vítima teria tentado matar um deles.
Os menores haviam sido levados pelo irmão mais velho até a delegacia do município.
Os adolescentes, o irmão mais velho e a mãe deles foram ouvidos e os abusos que teriam sido feitos pela vítima foram levados em consideração. Por isso, segundo o delegado Vinícius Almeida, os menores estavam respondendo pelo crime em liberdade.
Na última terça-feira (2), porém, o jovem de 19 anos, foi preso e durante o testemunho da mãe dele, ela contou ao delegado que o filho mais velho teria sido o verdadeiro responsável pela morte do ex-marido.
A versão foi confirmada também pelos adolescentes que anteriormente haviam assumido o crime. Após ser confrontado, o jovem de 19 anos confessou.
“Ele disse que após o crime, quando retornavam do local do homicídio para a cidade de Mâncio Lima, convenceu seus irmãos a assumirem, pois por serem menores não daria nada para eles. Também havia relatos de que quando o acusado estava sob efeito de bebidas alcoólicas se gabava que tinha matado seu padrasto”, explica o delegado.
Almeida diz ainda que existem outras acusações contra o acusado que deve ser indiciado por ameaça, roubo, corrupção de menor e homicídio.
“Vários procedimentos estão em andamento aqui na delegacia e indicam que o Geovane obrigue um irmão de 10 anos a praticar roubos para ele ou em sua companhia. Já existe um inquérito dessa participação do menor em crimes praticados pelo acusado”, finalizou o delegado. O jovem foi conduzido ao Presídio Manoel Neri, em Cruzeiro do Sul, onde deve aguardar o pronunciamento da Justiça.
