A cerimônia de abertura da Rio-2016 rendeu assunto para o humorista inglês John Oliver, que apresenta o programa “Last week tonight with John Oliver” nos Estados Unidos.
Durante o programa, Oliver usou o seu tom sarcástico para alfinetar o presidente em exercício Michel Temer e falar sobre a ausência da presidente afastada Dilma Rousseff.
Segundo o G1, Oliver comentou que “a preparação para os Jogos do Rio vinham sendo marcado por turbulência, com o Brasil vivendo uma grande recessão, protestos nas ruas e uma epidemia do vírus da zika. Mas na sexta a NBC pediu para que esquecêssemos de tudo isso e focássemos na festa”.
O apresentador também quis dizer que Dilma “foi suspensa por denúncias de corrupção” para ironizar uma frase dita por ela ao jornal espanhol “El País”.
Na ocasião, Dilma falou que se sentia uma “Cinderela” por ter participado da organização do evento e “alguém chega, toma o seu lugar e se apropria da festa”, em referência ao seu processo de afastamento.
“Isso é absolutamente papo furado porque a Cinderela não organizou o baile e sim a relações-públicas do príncipe para afastar os rumores de que ele era gay. Pense bem, na lista de convidados havia todas as donzelas disponíveis, era Cinderela ou Katie Holmes”, disse o humorista.
Em seguida, Oliver leu o trecho de uma reportagem sobre a vaias que o presidente em exercício Michel Temer recebeu na abertura. “Essas vaias têm sentido por algumas razões: a primeira é que ele não foi eleito e têm um plano de colocar em prática medidas de austeridade e, segundo, ele é um poeta e lançou um livro chamado “Anônima intimidade” que apresenta esse poema de verdade”. O apresentador leu trechos do poeta de Temer: “Vermelho”:
“De vermelho
Flamejante.
Labaredas de fogo.
Olhos brilhantes
Que sorriem
Com lábios rubros.
Incêndios
Tomam contam de mim.
Minha mente
Minha alma.
Tudo meu
Em brasas.
Meu corpo
Incendiado
Consumido
Dissolvido.
Finalmente
Restam cinzas
Que espalho na cama
Para dormir.”
O britânico criticou a obra de Temer: “o que é interessante sobre esse poema é: nada. Mas o que é relevante sobre esse poema é que a musa é sua esposa Marcela, que é 42 anos mais jovem. Ele [Temer] tem 75 anos, ela 33. Ao menos políticos americanos na faixa de 70 anos, quando colocam a mão em mulheres de 30 anos, fazem isso com suas próprias filhas”.
A publicação explica que Oliver fez uma referência ao candidato republicano Donald Trump, que uma vez afirmou que namoraria Ivanka Trump se não fosse sua filha.