Números do “Mapa da Violência 2016”, divulgados nesta quinta-feira (25), mostram que a quantidade de homicídios por arma de fogo aumentaram 136,7% em uma década no Acre. O estudo compara dados contabilizados entre os anos de 2004 e 2014.
No primeiro ano pesquisado, houve o registro de 49 homicídios ocasionados pelo uso de arma de fogo. Em 2014, por outro lado, esse quantitativo subiu para 116 mortes. No último ano pesquisado, a taxa acreana era de 14,6 mortes por 100 mil habitantes.
O estudo mostra que, em 2014, o Acre ocupou a 21ª posição no ranking nacional. O estado com maior taxa naquele ano foi Alagoas, com 56,1 mortes por 100 habitantes. Em seguida aparecem o Ceará (42,9) e Sergipe (41,2). Santa Catarina ficou no final da lista, ocupando a 27ª colocação, com a taxa de 7,5 mortes a cada grupo de 100 mil hab.
A capital acreana, Rio Branco, teve um aumento de 137,8% nas mortes na mesma década levantada. Em 2004, o mapa mostrou 37 homicídios, subindo para 88 em 2014. A taxa na principal cidade do estado é de 76,2 mortes por 100 mil habitantes.
Características das vítimas
O Mapa da Violência mostra que, durante 2014, das 116 pessoas mortas a tiros, 110 eram homens (94,8%) e 6 mulheres. A faixa etária da maioria das vítimas, segundo o levantamento, era de 15 a 29 anos – 60 mortes. O grupo com idade entre 30 e 59 anos também é expressivo, com 47 óbitos.
Do total de homicídios em 2014, a pesquisa revela que a população negra acreana foi a que mais sofreu, com 86 mortes – uma taxa de 14,5 por 100 mil habitantes. O número de brancos mortos por meio de arma de fogo foi de 27, representando uma taxa de 3.
Entre 2003 e 2014, o crescimento percentual da taxa de homicídios de negros foi de 38,3%. No outro extremo, houve uma redução de 69,7 de mortes da população branca no Acre.