Fumaça encobre Rio Branco e Bombeiros preveem período crítico

fumaca_marcos_vicenttiA cidade de Rio Branco amanheceu encoberta pela fumaça nesta quarta-feira (24). Dados do Corpo de Bombeiros apontam que, desde o início deste mês até esta terça (23), a corporação atendeu 818 ocorrências de incêndios ambientais na capital acreana. O major Falcão explica que o acúmulo da fumaça ocorre devido às queimadas e à falta de vento. O Rio Acre está com 1,57 metro nesta quarta.


“A falta de vento fez com que a fumaça ficasse acumulada. Além dos incêndios ambientais que ocorrem na cidade, recebemos também fumaça de países e estados vizinhos, o que piora a situação. Mas a causa principal são as queimadas”, disse.


Falcão explicou ainda que a situação deve piorar por conta do período de estiagem que ainda deve se prolongar.


“Uma situação atípica, mas que deve acontecer. Infelizmente, esse período deve se prolongar até o final de setembro e início de outubro, podendo até ficar pior, apesar das fiscalizações e do nosso trabalho. As pessoas ainda continuam com aquela consciência de queimar e, por isso, podemos ter uma situação pior do que a que já estamos vivendo hoje”, acrescentou.


Incêndios elevam poluição da capital do Acre em três vezes
Um grupo de estudos e serviços da Universidade Federal do Acre (Ufac) apontou que, neste período de constantes queimadas no estado, o nível de poluição em Rio Branco é de 150 microgramas, o que significa três vezes mais do que o tolerado pela Organização Nacional de Saúde, que é de 50 microgramas por cada metro cúbico de ar. A medição é realizada através de um fotômetro solar, instalado na universidade, que mede todos os componentes que estão na atmosfera. Essas informações são enviadas para um satélite que está a 36 mil km de altura.


Em entrevista ao G1, no dia 3 deste mês, o pesquisador Alejandro Fonseca disse que em grandes cidades, como São Paulo (SP), a origem dessa poluição é o transporte, porém, no Acre, as queimadas florestais são as principais causadoras desse aumento.


Ele acredita ainda que se a situação não melhorar até o fim do chamado “verão amazônico”, a medição pode chegar em um nível de 500 microgramas. “Em determinados anos, temos chegado acima de 500 microgramas por metro cúbico de água. É muito, é 10 vezes mais do que a OMS estipula como limite superior para um dia ser respirado por uma pessoa”, destaca.


Seca do Rio Acre
O nível do Rio Acre em Rio Branco atingiu a marca histórica de 1,33 metro no último dia 9 de agosto, mas voltou a subir e segue com o nível oscilando. Mesmo assim, a Defesa Civil trabalha com a possibilidade de o manancial chegar a um metro de profundidade.


Diante do problema, o governador do Acre, Tião Viana, assinou um decreto de situação de emergência, no dia 7 de julho, por causa da seca do Rio Acre em Rio Branco. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) e também dizia respeito a outras cidades acreanas, que também sofrem com a estiagem.


Embora tenha subido alguns centímetros, o nível do Rio Acre continua a causar preocupação em Rio Branco. Por isso, o Departamento de Pavimentação e Saneamento (Depasa) instalou uma nova bomba flutuante na Estação de Tratamento de Água (ETA) I. O equipamento, porém, só deve entrar em funcionamento caso o manancial atinja a cota de 1,25 metro.


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