Presos do Bloco E do Presídio Manoel Neri em Cruzeiro do Sul, distante 648 quilômetros de Rio Branco, anunciaram em uma carta à imprensa que estão em greve de fome desde a última segunda-feira (1).
No documento, escrito a mão e assinado por um dos detentos, eles reivindicam atenção das autoridades judiciárias e de representantes dos direitos humanos para o que chamam de humilhações e privações a que estariam sendo submetidos na unidade.
Ao G1, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) alega que as reivindicações já estão sendo atendidas. “Presos querem direito de trabalhar”, diz um trecho da carta. O trabalho seria com artesanato para contribuir na redução da pena.
Eles cobram ainda respeito às visitas, mais agentes femininas para agilizar o processo de revista às mulheres que visitam a unidade, banho de sol, melhor assistência jurídica e psicológica e alimentação de melhor qualidade.
As reivindicações têm o apoio de familiares dos reeducandos. “Pagamos nossos impostos e queremos que nossos familiares presos sejam tratados com dignidade. Eles estão presos porque cometeram crimes, mas não podem deixar de serem tratados como seres humanos. Até a gente quando chega para visitar é maltratada e humilhada. Imagino como deve ser o tratamento quando os presos estão sós”, reclama Ana Maria de Souza, de 37 anos, irmã de um detento.
Sobre a reclamação quanto a alimentação, o Iapen diz que o preparo das refeições é acompanhado por um nutricionista, e que o alimento fornecido está dentro dos padrões nutricionais. Com relação ao banho de sol e visita íntima, informa que o Solário está em reforma e que um espaço para as visitas está sendo construído, com previsão de entrega na segunda quinzena de agosto.
Quanto a demora nos dias de visita, o Iapen alega que o procedimento é corriqueiro e ocasiona certa demora devido ao procedimento de revista e que com relação à assistência jurídica e o trabalho em artesanato serão verificadas as possibilidades.