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Cinco agentes penitenciários sofreram atentados

270816-policia-iapen-agenciadenoticias_410_305Nos últimos sete dias, cinco agentes penitenciários sofreram atentados. Ataques incendiários e tiros a residências dos agentes foram registrados nesse período. Entre a categoria foi montada até campana para reagir a uma suposta ameaça de morte e os trabalhadores estão promovendo segurança privada entre eles, para se resguardar.


No dia 16 de agosto dois assaltantes entraram em um mercado no bairro Conquista e elevaram todo dinheiro apurado do dia. Era por volta de 12 horas e 30 minutos quando o assalto aconteceu. Mas dentro do estabelecimento estava um agente penitenciário.


Assim que a dupla saiu, Rafael Sussuarana foi atrás. Houve troca de tiros e o agente foi atingido na barriga. Na fuga, uma mulher em uma moto ficou encurralada, mas não foi ferida. Toda ação foi registrada por câmeras de vigilância, em vários ângulos.


O assalto aconteceu poucas horas antes de um criminoso ser morto pela polícia na região da Vila Acre. Após um assalto com refém mal sucedido a polícia interceptou dois criminosos. Um era menor de idade e foi apreendido e o outro que foi baleado e não resistiu, seria membro de uma facção criminosa.


Um dia antes, repercutia a morte de um policial militar, durante uma abordagem. O cabo da Polícia Militar do Acre Alexandro Aparecido dos Santos, de 36 anos, foi atingido por um tiro no pescoço após a própria arma ter sido roubada pelo suspeito.


Após esses acontecimentos, uma série de ataques criminosos foi desencadeada no Acre. Imóveis e veículos foram incendiados e a população mais uma vez ficou apreensiva diante da ousadia do crime organizado.


Segundo o agente penitenciário Sussuarana, a iniciativa em tentar parar os assaltantes foi motivada por inconformismo. “Eu pensei em tanta coisa, mas a revolta e a raiva foi maior. Isso fez com que eu agisse por impulso de tentar deter o meliante. Não sei o que faria se isso acontecesse novamente”, declarou.


Junto com os ataques articulados por facções criminosas, justamente a categoria de Rafael, começou a sofrer retaliações também.


Nos últimos sete dias, cinco agentes penitenciários sofreram atentados, é o que denuncia a associação que representa a categoria. Nos bairros Calafate, Sobral e Vitória, marginais  incendiaram casas e veículos e agentes. Em outras residências, os bandidos atiraram.


 O último atentado aconteceu no domingo passado em uma casa no bairro Caladinho. O agente penitenciário estava com a mulher o os dois filhos descansando. O projétil atingiu o portão e atravessou o quarto do casal, por sorte, ninguém se feriu. “Fiquei mais assim com medo por causa da minha família por que vi o desespero da minha esposa e dos meus filhos. É muito chato pra um pai de família passar por essa situação”, disse o servidor que pediu para não ser identificado.


O agente penitenciário levou a família para outro bairro, mas já recebeu ameaças de que a casa no Caladinho será incendiada. Ele morava no local há quase 10 anos e afirma que não tinha rixa com ninguém. Agora, paga aluguel e vive escondido. “Até agora o Estado não me deu nenhum suporte. O Instituto ao qual trabalho não me deu suporte. Só meus amigos estão me ajudando. Ninguém dos direitos humanos veio me assistir. Eu estou a mercê”, lamentou.


A onda de violência e atentados fez com que a categoria se unisse. Eles estão fazendo rondas a noite, nas casas dos colegas. Equipes de 6 pessoas vigiam, tentam garantir a segurança. Até campana contra criminosas esses grupos já chegaram a fazer.


“No bairro Vitória um companheiro nosso, tinha receptamos ligação dos bandidos, que a polícia civil passou pra gente, disse que ia matar ele no sábado. Ficamos na casa dele esperando o momento certo”, disse o presidente da associação da categoria, José Janes.


Diante de um saldo tão preocupante de atentados, a categoria reivindica agora, reação do Estado. “O governo tem que dar uma resposta e essa resposta tem que ser dura”, completou Janes.


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