Capivaras são atropeladas ao tentar fugir de queimadas no Acre

capivaras_mortas_em_rodoviaSeis capivaras foram encontradas mortas, na sexta-feira (26), às margens da Estrada Transacreana, zona rural de Rio Branco. O agricultor Juarez Rodrigues, de 22 anos, flagrou os animais no Km 30 da estrada e afirmou que os animais tinham marcas de atropelamento e que deviam estar fugindo de queimadas.


Indignado, o agricultor contou que resolveu fazer fotos e postar em sua rede social para mostrar o caso e sensibilizar as pessoas com relação às queimadas.


“Eu vinha de casa e vi aquela situação na estrada. Achei um negócio de outro mundo, morrer seis animais daquele jeito. Algumas estavam machucadas, devem ter sido atropeladas enquanto fugiam de queimadas”, contou.


Rodrigues afirmou que na área onde os animais estavam mortos ocorre muitas queimadas e que não só capivara, mas outras espécies são vistas com frequência na mesma situação no local. O agricultor disse que o espanto foi maior por conta da quantidade de animais mortos ao mesmo tempo.


“A gente sempre vê pacas, cutias, tatus, e outros animais nesta mesma situação. Ao redor de onde elas estavam estão ocorrendo muitas queimadas, e elas correm para a rodovia. Então, quando elas não morrem atropeladas, morrem por conta do fogo, asfixiadas, ou algo do tipo”, afirmou.


A bióloga Joseline Guimarães explicou ao G1, no sábado (27), que é comum o aparecimento de animais silvestres em locais urbanos durante período intenso de queimadas. Ela destacou também que os incêndios trazem um prejuízo irreparável, não só para o meio ambiente, como também para a fauna da região.


“Infelizmente, as queimadas em florestas ou em fragmentos florestais em certas épocas do ano provocam o óbito de várias espécies da fauna, causando grande prejuízo a biodiversidade e a manutenção dos ecossistemas”, disse.


Joseline acrescentpu ainda que os bichos tentam a todo custo fugir da fumaça e dos danos do incêndio. “Os animais ficam atordoados pela fumaça com gases tóxicos e buscam a fuga a qualquer custo,  sendo que a maioria não obtém êxito, sobretudo em ambiente urbano. Por isso, fazemos um apelo à população acreana, que não queime, pois o prejuízo é para todos os seres vivos, inclusive os humanos”, finalizou.


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