O Sindicato dos Médicos do Estado do Acre (Sindmed) vai acionar a Justiça contra o Policial Rodoviário Federal Cezar Henrique Rodrigues de Oliveira e também contra o Estado. Na manhã deste domingo, o policial ameaçou com um revólver um médico plantonista no Hospital de Urgência e Emergência.
A filha do policial estava com ferimento na cabeça e precisava de atendimento imediato. O policial julgou que o médico não atendeu com a rapidez necessária e mostrou a arma em tom de ameaça.
Um enfermeiro que assistia à cena interveio. A garota foi atendida, mas a situação ficou tensa porque o problema foi parar na Delegacia de Flagrantes. “Fizemos o boletim de ocorrência e já adianto que vou acionar juridicamente não apenas o policial, mas também o Estado”, avisou o presidente do Sindicato dos Médicos do Acre, José Ribamar Costa. “Esta é a segunda ameaça em menos de trinta dias que os profissionais de Saúde sofrem no exercício da profissão, trabalhando nas unidades sem a mínima segurança”.
O caso é apurado pelo delegado Frederico Tostes da Policia Civil. Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi lavrado em desfavor do PRF por desacato e ameaça contra servidor publico no exercício da função.
Versão do policial
O policial rodoviário federal não estava em serviço. Estava em atividade de lazer com a família. A filha dele caiu e cortou a cabeça. O policial imediatamente levou a criança para o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco. Entrou pela lateral.
Ele estava carregando a criança que sangrava muito com o corte na cabeça. Pediu que o médico atendesse a filha. Segundo o que o site agazeta.net apurou, o médico teria dito ao pai que, antes do atendimento, seria necessário que se preenchesse um prontuário da criança.
Foi nesse instante, vendo a filha sangrar e sem ser atendida que o policial sacou a arma em tom de ameaça. “Você vai atender, sim”, relatam testemunhas. Um enfermeiro interveio e iniciou o atendimento à criança.
Versão do Governo
A Secretaria de Estado de Saúde divulgou uma nota oficial sobre o assunto.
Nota Oficial
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), vem a público lamentar a forma como atuou policial rodoviário federal, ao adentrar no Pronto Socorro do Hospital de Urgência e Emergência (Huerb) de Rio Branco, na manhã deste domingo, 10, que, com abuso de poder, tentou coagir e intimidar a equipe plantonista, empunhando uma arma de fogo, quando buscava atendimento para a filha.
A Sesacre ressalta que em nenhum momento a equipe se negou a prestar o atendimento, somente pediu que o mesmo fosse preencher o boletim de entrada com as informações da paciente, para dar continuidade ao procedimento. Contudo, o policial se negou a seguir a orientação do médico e de posse de um revolver exigiu o atendimento, causando pânico no local.
O caso está sendo apurado pela Polícia Civil, que atendeu a equipe de profissionais do Pronto Socorro.
Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) está sendo lavrado em desfavor do policial por desacato e ameaça contra servidor público no exercício da função.
Por fim, repudiamos a atitude do policial e nos solidarizamos aos profissionais da saúde, em especial aos do Huerb, onde ocorreu o episódio, que atuam com responsabilidade e ética, levando atendimento humanizado e adequado para quem necessita dos serviços no Acre.
Rio Branco – Acre, 10 de julho de 2016.
Gemil Salim de Abreu Júnior
Secretário de Estado de Saúde do Acre