O policial federal, apontado como autor dos disparos dentro de uma boate em Rio Branco, na madrugada deste sábado (2), deve ser encaminhado à audiência de custódia ainda no domingo (3), segundo o delegado da Polícia Civil, Rodrigo Noll, que investiga o caso. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Polícia Federal no Acre.
Os tiros ocorreram após uma briga dentro da boate e resultaram na morte do estudante Rafael Chaves Frota, de 24 anos, que foi atingido na barriga. Ele ainda foi socorrido e levado ao Hospital de Urgência e Emergência (Huerb), mas não resistiu. Além dele, duas pessoas ficaram feridas, incluindo o policial federal, que ainda está internado.
O outro homem atingido na boate, segundo informações de um amigo, que não quis ter o nome divulgado, continua no Huerb, ainda deve ser submetido a uma cirurgia e não tem previsão de alta. A Polícia Civil afirmou que ele foi atingido com um tiro no peito.
Conforme o delegado, o flagrante por homicídio foi lavrado durante este sábado e algumas testemunhas foram ouvidas. Noll afirmou também que a polícia ainda está apurando as circunstâncias exatas do ocorrido e, para isso, deve recolher e analisar as imagens registradas pelas câmeras de segurança do local.
“Algumas oitivas foram realizadas. Já identificamos algumas outras testemunhas que estavam no local e estamos a procura delas para serem ouvidas. Foi lavrado o flagrante durante o dia e o inquérito continua, mas amanhã [domingo, 3] ele é apresentado ao juiz, que deve decidir se é mantida a prisão ou se é imposta outra medida”, ressaltou.
Entenda o caso
Uma briga dentro de uma boate na capital acreana terminou com uma morte e dois homens feridos. O caso ocorreu na madrugada deste sábado (2). De acordo com informações da polícia, o autor disparos teria sido agredido e, depois de cair no chão, sacou a arma e atirou, atingindo o estudante Rafael Chaves Frota, de 24 anos.
Uma pessoa que estava no local, que não quis ter o nome revelado, contou que a briga teria começado após um homem, que estava com outros dois, dar em cima de uma mulher e ela recusar-se a ficar com ele. A mulher estaria na companhia do policial, que teria ido tomar satisfações.
“Três caras estavam na boate, um deles deu em cima da menina. Ela o ‘cortou’ e ele a xingou. Ela contou ao policial, que foi tirar satisfação. Os três caras foram para cima do policial, que caiu no chão e começou a atirar. O rapaz que morreu não tinha nada a ver com a história”, relatou. (Veja vídeo abaixo do momento dos disparos)
Em entrevista ao G1, a mãe do estudante, Alcineide Chaves, de 51 anos, disse, muito abalada, que o filho era calmo e não gostava de brigas. “Estou angustiada. Fui acordada com a notícia de que meu filho tinha levado um tiro e depois de que ele tinha morrido”, falou.
Veja a nota da Políca Federal sobre o caso
“A Polícia Federal vem a público esclarecer sobre incidente em casa noturna ocorrido no dia 02/07/2016. Inicialmente, confirma a presença de um policial federal no incidente e informa que já instaurou, com a Polícia Civil, todos os procedimentos legais para investigar as circunstâncias dos fatos. O policial federal está no hospital tratando de ferimentos causados por disparo de arma de fogo e das escoriações de possíveis agressões e está à disposição da Justiça”.