Morando em Rio Branco, capital do Acre, há quase seis meses, o jovem Guilherme Pedrogão, 24 anos, é o novo detentor do recorde estadual natação dos 100m medley, marca obtida durante a disputa da segunda etapa do Campeonato Acreano da modalidade, no início deste mês de junho, quando completou a prova com o tempo de 1m04s32. Natural de Franca, interior de São Paulo, ele chegou ao estado para trabalhar. Formado em direito, atua como servidor do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC). A natação, esporte que começou a praticar quando tinha entre seis e sete anos, atualmente é hobby. Mas um dia foi objetivo de vida, pelo menos até os 20 anos, quando treinava para competições.
– Me dedicava para isso, tinha um sonho de virar nadador, só que por conta da idade, chega um momento que as prioridades da gente são outras. Passei a tirar da mente essa ideia da natação até pelo fato dos objetivos não serem os mesmos de antigamente. As responsabilidades chegam. Antes não tinha responsabilidades com serviços e hoje tenho. Parei por volta dos 20 anos. Continuei a nadar, mas não com a frequência de antigamente, duas vezes na semana. Fiquei quase um ano parado, me dedicando aos estudos, voltado para o direito – conta.
Guilherme não treina com frequência. Duas vezes por semana, por 40 minutos. Ele não considera a marca obtida relevante, até pelo desinteresse em ser um atleta de alto rendimento e diz que não se surpreendeu com o feito.
– Não tenho como objetivo em hipótese alguma a natação. É mais por hobby, por amor. É uma coisa que fiz a vida inteira. Hoje, nado duas vezes na semana, por volta de 40 minutos. Nada sério. Para praticar um esporte e fazer atividade física. Como não tenho isso como objetivo, para mim não teve tanta relevância. Nem me preocupo tanto. Sinceramente, não (ficou surpreso).
Apesar de não ter como foco o sucesso dentro das piscinas, ele conta que pretende disputar as próximas etapas do estadual, desde que não cause prejuízos na vida profissional.
– Vai depender muito da disponibilidade de tempo. Se tiver tempo, tenho a ideia de participar. Minha prioridade hoje é meu serviço, meus estudos e não a natação. Conseguindo adequar, vou participar – declara.
O jovem avalia a natação acreana com uma modalidade em desenvolvimento e vê a questão estrutural como o principal complicador para o surgimento de atletas de alto nível.
– A natação aqui está em desenvolvimento. Até porque, se formos comparar com outros estados como São Paulo, Minas Gerais, dá uma diferença de condições para treinar. É difícil comparar. A estrutura dá muita diferença. Pega um atleta do interior daqui, muitas vezes ele não vai ter condição de chegar no lugar para treinar. Ou, às vezes, tem tudo isso, mas não tem condições de participar de uma competição. A desvantagem é gigantesca, não tem como comparar. Mas os técnicos são excelentes, competentes, os meninos (atletas) são dedicados. O que influencia mesmo e a estrutura, o desenvolvimento. E não só aqui, mas em nível nacional – completou.
Segundo a Federação Aquática do Estado do Acre (Faea), a terceira etapa do estadual está prevista para o dia 23 de julho, em Rio Branco. No fim de agosto haverá a Copa Amazônica de Natação.