A Polícia Federal descobriu, durante a ”Operação Metástase”, o desvio de mais de R$ 7 milhões em recursos públicos na cidade de Brasileia, no interior do Acre.
O dinheiro teria sido gasto com pagamento de propinas, desvios de verbas e contratos fraudulentos desde 2013. A informação foi repassada pelo delegado Fares Vergalho na tarde desta quinta-feira (14).
Durante a operação, realizada nas primeiras horas da manhã desta quinta, foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão nas cidades de Brasileia, Epitaciolândia e Rio Branco. O ex-prefeito de Brasileia, Aldemir Lopes, foi preso preventivamente. A operação resultou ainda no afastamento de quatro secretários e do atual prefeito do município, Everaldo Gomes(PMDB-AC).
A reportagem tentou falar com o prefeito Everaldo Gomes por telefone, mas não obteve sucesso até a publicação desta matéria. O advogado de Lopes não foi identificado.
“Foi uma operação bem extensa. Temos mais de um ano e meio de investigação, sete longos inquéritos. Existe uma grande quantidade de empresas envolvidas, inclusive empresas fantasmas criadas justamente para prática de crimes. Os fatos começaram em 2013, o que fez a organização acreditar que ficaria impune”, afirmou o delegado.
O suspeitos foram indiciados por organização criminosa, lavagem de capital, corrupção passiva e ativa e peculato. Vergalho explica ainda que o ex-prefeito foi preso porque estaria coagindo as testemunhas do caso. A investigação aponta que a organização usava empresas fantasmas e notas frias para desviar verbas.
“A investigação ainda está na fase de inquérito. Pedimos a prisão preventiva por acreditar que a organização continuava atuando. O prefeito foi indiciado e afastado do cargo, por se entender que havia continuidade dos crimes da organização, e temos outros funcionários do segundo escalão que a conduta está sendo investigada.
A polícia cumpriu um mandado judicial ainda em um dos postos de combustível da cidade por acreditar que haviam notas frias no local. Já em Rio Branco, foram duas conduções coercitivas cumpridas em um agência bancária, mas, segundo do delegado, foi apenas para comprovar os desvios junto com representantes da instituição.
“Apuramos pelo menos 20 crimes praticados pela organização. A polícia optou pelo afastamento dos cargos porque entendemos que havia uma rede de corrupção em toda prefeitura de Brasileia,o que estava gerando a destruição progressiva da cidade”, conclui.