O policial federal apontado como autor dos disparos dentro de uma boate em Rio Branco, na madrugada de sábado (2), foi mantido preso pela Justiça do Acre. Um jovem morreu e outro ficou ferido após serem atingidos.
Segundo o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), o suspeito alegou legítima defesa, durante audiência de custódia, neste domingo (3), o argumento, porém, não convenceu ao juiz, que decidiu pela manutenção da prisão.
O TJ-AC não informou por quanto tempo a prisão deve ser mantida.
O G1 entrou em contato com a Polícia Federal para saber onde o policial, que não teve a identidade divulgada, será mantido preso. Porém, não obteve resposta até a publicação desta matéria. O delegado que investiga o caso, Rodrigo Noll, disse que não sabia para onde o suspeito foi encaminhado.
Homem baleado recebe alta
Tanto o policial, quanto outro homem, que havia sido atingido por ao menos um dos disparos, tiveram alta neste domigno, segundo o diretor do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco, Fabrício Lemos.
Segundo a Polícia Civil, o homem teria sido atingido no peito. Ao G1, no sábado, um amigo dele disse que ele deveria ser submetido à cirurgia. O diretor do Huerb, porém, não soube confirmar se a intervenção cirúrgica de fato ocorreu.
Jovem atingido por disparo morreu
Uma briga motivou os disparos dentro da boate. De acordo com a polícia, o policial federal teria sido agredido e, depois de cair no chão, sacou a arma e atirou, atingindo o estudante Rafael Chaves Frota, de 25 anos, que não estaria envolvido na confusão.
Uma pessoa que estava no local, que não quis ter o nome revelado, contou que a briga teria começado após um homem, que estava com outros dois, dar em cima de uma mulher e ela recusar-se a ficar com ele. A mulher estaria na companhia do policial, que teria ido tomar satisfações.
“Três caras estavam na boate, um deles deu em cima da menina. Ela o ‘cortou’ e ele a xingou. Ela contou ao policial, que foi tirar satisfação. Os três caras foram para cima do policial, que caiu no chão e começou a atirar. O rapaz que morreu não tinha nada a ver com a história”, relatou. (Veja vídeo abaixo do momento dos disparos)
Em entrevista ao G1, a mãe do estudante, Alcineide Chaves, de 51 anos, disse, muito abalada, que o filho era calmo e não gostava de brigas. “Estou angustiada. Fui acordada com a notícia de que meu filho tinha levado um tiro e depois de que ele tinha morrido”, falou.
Veja a nota da Políca Federal sobre o caso
“A Polícia Federal vem a público esclarecer sobre incidente em casa noturna ocorrido no dia 02/07/2016. Inicialmente, confirma a presença de um policial federal no incidente e informa que já instaurou, com a Polícia Civil, todos os procedimentos legais para investigar as circunstâncias dos fatos. O policial federal está no hospital tratando de ferimentos causados por disparo de arma de fogo e das escoriações de possíveis agressões e está à disposição da Justiça”.