O ministro alemão de Interior, Thomas de Maizière, afirmou nesta quarta-feira que o ataque ocorrido em um trem regional na segunda-feira foi um “atentado cometido por uma só pessoa que se sentiu incitada ou inspirada pela propaganda do (grupo terrorista) Estado Islâmico” (EI).
Em sua primeira declaração perante os meios de comunicação após o ataque, o ministro afirmou que o vídeo no qual o menor, registrado como solicitante de asilo afegão embora sua nacionalidade seja questionada, se apresenta como um “soldado do califado” é, segundo os especialistas, “o clássico vídeo de despedida de um terrorista suicida”.
O jovem, de 17 anos, se reconhece como membro do EI, mas não há indícios no vídeo de que atuasse sob suas ordens e também não se sabe ainda se foi gravado antes ou depois do atentado de Nice, ocorrido na semana passada.
O ministro confirmou que o jovem foi registrado pela primera vez na fronteira alemã em 30 junho de 2015 como refugiado afegão, antes da denominada crise dos refugiados.
De Maizière, que denunciou que há famílias que enviam seus filhos mais novos para depois se beneficiarem do reagrupamento familiar, reconheceu a existência de “indícios” que apontam que entre os refugiados que chegam ao país pode haver terroristas, mas recalcou que na maioria dos casos foi comprovado que eram pistas falsas.
“Não se pode dizer que não haja qualquer relação entre refugiados e terrorismo, mas a ameaça era antes elevada e é alta, independentemente da questão dos refugiados”, manifestou.
De Maizière expressou seu agradecimento, tanto aos voluntários como às famílias de amparo que participam da integração destas pessoas, especialmente os menores que chegam desacompanhados, como o caso desse jovem, e lhes encorajou a “não deixarem se intimidar” pelo ocorrido e seguir participando dessas tarefas.