Desde o último fim de semana, o nível do Rio Acre, na capital, tem baixado quatro centímetros por dia. Nesta terça-feira, 19, o manancial registrou a marca de 1,70 metro. Em decorrência da aceleração do processo de vazante do rio, o governo do Estado tem antecipado as estratégias de atuação durante o período de estiagem.
De acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), o quadro hídrico do estado apresenta ausência de chuva para os próximos 15 dias, o que agrava a seca, que já se apresenta como a maior dos últimos 40 anos.
Se continuar nesse ritmo de vazante, o Rio Acre atinge seu nível máximo de criticidade em setembro. Para garantir a produção e o abastecimento em Rio Branco, o Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa) vai realizar obra para novo acesso de captação na Estação de Tratamento de Água (ETA I).
“Nosso plano de contingência será acelerado em função do comportamento também acelerado das vazantes do Rio Acre. Nesse sentido, vamos iniciar um novo acesso de captação da ETA I, para fazer uma contenção e, consequentemente, acumular mais água na torre de captação, que vai garantir a manutenção da produção atual”, explicou o diretor-presidente do Depasa, Edvaldo Magalhães.
Em execução das ações programadas para minimizar danos da seca, o governo do Estado reúne semanalmente todos os órgãos que compõem a Sala de Situação Força-Tarefa 2016 – mecanismo de monitoramento dos rios, combate, controle e prevenção do desmatamento ilegal e queimadas no Acre.
Após reunião na sala de situação, na tarde desta segunda-feira, 18, a chefe da Casa Civil, Márcia Regina, destacou que todas as articulações serão aceleradas para que a defesa Civil Nacional reconheça o Decreto de Emergência, editado no início do mês. “Enquanto isso, o Depasa realiza intervenções necessários para o controle do abastecimento de água.”
George Santos, coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, observou que a umidade relativa do ar tem caído, bem como o aumento da temperatura, influenciado na evaporação dos corpos de água. “Isso tudo gera uma queda brusca do nível do Rio Acre, de oito centímetros em 48 horas, com previsão de vazante constante até meados de setembro”, admitiu.