Há duas semanas, os moradores do bairro Santa Cecília, na BR-364, enfrentam o problema da falta de água nas torneiras. A bomba principal, que jogava água para a caixa de distribuição, foi roubada. Sobrou apenas um velho motor que gasta quase 12 horas para encher a caixa d’água na entrada do bairro.
O roubo da bomba mostra como vivem as 1.200 famílias do bairro, que fica distante 15 quilômetros do centro da cidade. Os moradores estão apavorados com o aumento de roubos e furtos.
Cerca de 50% dos moradores do Santa Cecília são portadores de hanseníase, muitos estão mutilados pela doença. Aproveitando da fragilidade dessas pessoas, os bandidos estão invadindo as casas.
Segundo presidente da Associação de Moradores, João Pereira, o bairro era considerado um dos mais tranquilos da Capital. Agora, os assaltos acontecem à luz do dia no meio da rua.
Ele contou que, na semana passada, a professora da única escola foi assaltada quando ia ao trabalho. “Armados com revólver, os bandidos levaram a moto da professora na frente de todos. Ninguém podia fazer nada para evitar. Chamamos a polícia que chegou uma hora depois”, reclamou.
O que mais revolta os moradores é que o Governo do Estado construiu uma base para a Polícia Militar que serviria de delegacia. Apesar do custo da obra, ela nunca foi usada. As celas, banheiros, escritórios, garagem, tudo está destruído com a ação do tempo e dos vândalos.
O corregedor de Policia Civil, Josemar Portes, disse que o número de ocorrências no bairro não justifica manter funcionários na base e que a Polícia Militar deve reforçar o patrulhamento ostensivo.
“Quem sabe num futuro próximo poderemos instalar uma base. Atualmente, com a queda de recursos e o número reduzido de pessoal fica impossível manter a base”, concluiu.