Com dores na coluna, a aposentada Edna Frutuoso dos Santos, de 64 anos, teria, segundo uma neta, procurado atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no Segundo Distrito de Rio Branco, na manhã desta segunda-feira (4). Após cinco horas de espera, porém, a idosa teria saído do local com mais dores e sem resolver o problema.
Ao G1, a gerente da UPA, Simone Prado, afirma que dois clínicos-gerais estavam atendendo, um no ambulatório e outro na emergência. Ela disse que a escala de pediatras estava descoberta pela manhã, mas que foi disponibilizado um pediatra no período da tarde.
“Houve uma emergência e foi preciso o outro médico ir acompanhar. Ficamos com muito atendimento dos postos e os médicos vão atendendo conforme a prioridade. A prioridade amarela pode aguardar, mesmo pela idade. O paciente pode ter 80 anos, mas está bem e uma pessoa com 20 anos, que está tendo um infarto, ser passada na frente. Quando o paciente está com dor insuportável é levado para emergência”, justificou.
A neta da aposentada Adayanne Rosely Amorim, de 26 anos, que acompanhou a idosa, disse que chegou na unidade no início da manhã, preencheu a ficha da pré-consulta e aguardou a avó ser chamada. Após alguns minutos aguardando, a jovem diz que foi até o balcão de atendimento falar com as atendentes e foi informada que a unidade estava com apenas um médico disponível.
“Logo que cheguei pedi uma cadeira de rodas e ela ficou sentada esperando atendimento. Não tinha muita gente, mas tinha gente reclamando da demora. A única médica disponível estava atendendo também na emergência. Quando foi por volta de 12h30 fui conversar com a atendente e ela disse que a médica estava na emergência entubando um paciente, mas garantiu que viria logo”, relembra.
Já no início da tarde, Adayanne conta que a avó começou a reclamar das dores e pediu para ir embora. Ela revela ainda que viu algumas mães saindo da unidade reclamando que não tinha pediatra no local.
“Tinha criança com febre. As mães tinham ido ao posto e foram encaminhadas à UPA, mas não tinha pediatra. Teve uma hora que chegou uma médica loira e começou a chamar alguns pacientes. Perguntei se eram pessoas preferenciais e a atendente disse que sim e questionei o porquê minha avó não era chamada”, reclama.
A jovem diz ainda que a avó estava sentindo dores desde a última quinta-feira (30), porém, só conseguiu levá-la na UPA nesta segunda (4) porque a idosa já conseguia andar e se mexer. Adayanne revela que a idosa recebeu uma ficha com a classificação amarela, que corresponde a urgente, mas a idosa não foi atendida.
“Uma enfermeira veio e disse para eu colocar ela perto de um porta de vidro que logo seria atendida. Fiquei esperando durante mais uma hora e a avó, mas ela não foi atendida e fomos embora”, conclui.