“Você vai do céu ao inferno em 24 horas”, diz Janot sobre investigações

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta terça-feira (14) que o Ministério Público Federal enfrenta um turbilhão e que o desenrolar dos fatos das investigações faz “você ir do céu ao inferno em 24 horas.”


A declaração foi em reposta às manifestações de apoio que Janot recebeu na reunião do Conselho Nacional do Ministério Público por causa dos pedidos de prisão de integrantes da cúpula do PMDB feito ao STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de impedir os avanços da Lava Jato. A Procuradoria foi alvo de fortes críticas por causa do pedido.


“O que eu posso dizer é que, nesse momento de turbilhão que a gente vive, a vida é, de acordo com o desencadear dos fatos, é um verdadeiro carrossel. Você está do céu ao inferno em 24 horas”, afirmou o procurador-geral.


Segundo Janot, em uma investigação profissional não há como agradar ninguém porque investigação profissional não tem ideologia, não tem lado.


“Deus me livre do local em que o investigador possa escolher previamente a pessoa a quem quer investigar. Isso não é democracia, não é Estado Democrático de direito. E as investigações nos levam para um ou para outro caminho. E o que nós temos quer ser é reto na atividade do MP independe de quem deva ser, com todo respeito e todas as garantias constitucionais, investigada e republicanamente receber o mesmo tratamento. Ao mesmo fato, a mesma lei”, disse.


Em tom de desabafo, o procurador-geral encerrou afirmando que era preciso “confessar” que, “em determinados momentos, não é fácil.”


DE NOVO


Essa foi a segunda fala pública de Janot sobre os pedidos de prisão.


Na semana passada, ele aproveitou um evento do Ministério Público Eleitoral para negar que a instituição fosse responsável pelo vazamento dos pedidos de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do deputado afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para pressionar o Supremo a definir o caso.


Janot afirmou que o MP não é justiceiro e que “nunca terá transgressores preferidos”.


Na reunião do CNMP, os conselheiros se revezaram para defender a atuação de Janot. O conselheiro Walter de Agra Júnior citou que foi almoçar com o procurador-geral dias atrás e quando deixavam o restaurante dois funcionários pediram para tirar foto com ele. Segundo Agra Júnior, isso mostra o respaldo da sociedade, o “apoio incondicional” que Janot tem para desencadear a Lava Jato.


Outros integrantes disseram que Janot é exemplo de liderança para o Brasil e que seu trabalho é responsável por incentivar a mudança que o país precisa.


O procurador-geral pediu à PF que investigue o vazamento dos pedidos de prisão. A informação foi divulgada nesta terça pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.


No caso de Renan, Sarney e Jucá, eles são acusados de participar de uma trama para impedir o avanço da Lava Jato. A medida contra Cunha é motivada por movimentações para atrapalhar o andamento de seu processo de cassação na Câmara.


O STF investiga 87 pessoas na Lava Jato, sendo 29 deputados e 13 senadores. Foram oferecidas dez denúncias.


 


Com informações da Folhapress.


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