A preocupação mundial com o vírus da zika não terá impacto no número de visitantes esperado no Brasil durante a Olimpíada do Rio, afirmou nesta quinta (9), o ministro do Esporte, Leonardo Picciani. Segundo ele, houve uma redução significativa dos casos notificados no Rio desde o início do ano e que a expectativa é que o número seja “próximo de zero” em agosto, quando acontecem os jogos.
“Esperamos não ter impacto em relação ao zika, por isso estamos tomando as providências apropriadas, o ministério da Saúde e todas as áreas do governo”, disse Picciani em Washington, terceira parada de um giro internacional destinado a encontros com autoridades estrangeiras sobre a reta final de preparação dos jogos.
Ele afirmou ter “absoluta convicção” de que o vírus não oferece “grave risco” aos visitantes e atletas, com base na evolução dos casos nos últimos meses.”Em janeiro tivemos mais de 7.000 casos notificados na cidade do Rio de Janeiro. Reduzimos para pouco mais de 4.000 em abril e para 700 em maio. Nossa expectativa é chegar muito próximo de zero em agosto”, disse o ministro. “Além disso, tivemos 43 eventos-teste que reuniram 7.000 atletas no Rio e não houve nenhum caso de zika nem de dengue nessas competições.”
Picciani reconheceu que a doença “inspira atenção”, mas não é motivo para “alarmismo”. Entre as providências tomadas para lidar com o problema, ele citou a contratação pelo ministério da Saúde de 2.400 profissionais de saúde adicionais ao efetivo existente. Também haverá um contingente extra de 146 unidades móveis de tratamento intensivo, que se unirão à frota regular de ambulâncias da cidade.
Primeiro ministro do governo interino de Michel Temer (PMDB) a visitar a capital americana, Picciani foi recebido na porta da residência oficial do embaixador do Brasil, onde concedeu a entrevista, por um grupo de cinco brasileiros contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Eles seguravam cartazes com dizeres como “O mundo diz não ao golpe no Brasil” e “Fora Temer”.
Embora tenha votado contra o impeachment na votação na Câmara, na qual é deputado pelo PMDB do Rio, ele acha que a tese de golpe defendida pela presidente não afeta a imagem internacional do Brasil nem coloca em risco o sucesso da Olimpíada. A possibilidade de que a votação do processo no Senado ocorra durante os jogos também não o preocupa.
“O Brasil segue seu curso institucional dentro do que determina a lei e a Constituição. Há respaldo da comunidade internacional, que verifica isso”, disse.Antes de Washington o ministro esteve em Londres e Nova York. Nesta quinta ele se reúne na capital americana com a secretária de Saúde e Serviços Humanos americana, Sylvia Mathews, e o tema central será a colaboração entre Brasil e EUA no combate ao vírus da zika. Com informações da Folhapress
