Palavras podem machucar mais que agressões físicas. A professora Rosie Dutton se dedica a fazer atividades com crianças em escolas para ajudá-las a manter o equilíbrio emocional.
Nos comentários, muita gente falou sobre como teve problemas quando mais jovem por causa de colegas que se dedicavam a fazer com que elas se sentissem piores, e profissionais ligados aos recursos humanos disseram que perseguições pessoais são um desafio em seus ambientes de trabalho.
A descrição de uma de suas atividades foi compartilhada mais de 150 mil vezes em dois dias.
Confira abaixo:
“Hoje em uma das aulas eu apresentei às crianças duas maçãs (elas não sabiam, mas antes da aula eu tinha derrubado repetidamente uma delas no chão. Não dava para perceber, as duas pareciam perfeitas). Falamos sobre as maçãs e as crianças descreveram como as duas pareciam iguais; ambas eram vermelhas, de tamanhos parecidos e suculentas.
Peguei a maçã que eu tinha derrubado e passei a dizer para as crianças como eu não gostava dela, que a achava nojenta, com uma cor horrível e que o cabinho era pequeno demais. Falei que, porque eu não gostava dela, não queria que ninguém mais gostasse, então elas deveria ofender a maçã também.
Algumas delas olharam para mim como se eu fosse maluca, mas passamos ela pelo círculo a xingando. “Você é uma maçã fedida”, “nem sei por que você existe”, “você deve ter vermes”, etc.
Nós realmente a ofendemos. Eu até me senti mal por ela.
Depois passamos a outra maçã pela roda e dissemos coisas boas para ela. “Você é uma maçã adorável”, “Sua pele é bonita”, “Que bela cor você tem”, etc.
Depois levantei as duas frutas e, de novo, falamos sobre suas semelhanças e diferenças. Não houve mudança, elas ainda pareciam iguais.
Então cortei as maçãs. Aquela a que tínhamos sido gentis estava clara, fresca e suculenta. A outra estava ferida e toda molenga.
Acho que deu um “clique” na cabeça das crianças imediatamente. Elas realmente entenderam que o que vimos dentro da maçã, os machucados, a moleza e os pedaços quebrados é o que acontece com cada um de nós quando alguém nos destrata com suas palavras ou ações.
Quando pessoas sofrem bullying, especialmente as crianças, elas se sentem péssimas por dentro e muitas vezes não mostram ou falam sobre como estão. Se não tivéssemos aberto a maçã, jamais saberíamos quanta dor causamos a ela.
Compartilhei minha própria experiência sobre sofrer com palavras más na semana passada. Por fora eu parecia bem, continuava sorrindo. Mas por dentro alguém tinha me causado muita dor com suas palavras e eu estava machucada.
Diferentemente das maçãs, temos a habilidade para fazer isso parar. Podemos ensinar às crianças que não é legal dizer coisas ruins para as outras e discutir sobre como isso faz elas se sentirem. Podemos ensinar nossas crianças a defender umas às outras e impedir qualquer forma de bullying, como fez uma menina que se recusou a falar mal da maçã.
Mais e mais feridas acontecem por dentro se ninguém faz nada para impedir o bullying. Vamos criar uma geração de crianças gentis e cuidadosas.
A língua não tem ossos, mas é forte o bastante para partir um coração. Então tome cuidado com suas palavras.”
Notícias ao Minuto