A Vara de Execuções Penais (VEP) indicou os nomes dos profissionais que vão formar uma junta médica para avaliar o estado de saúde de Hildebrando Pascoal, condenado pelo que ficou conhecido como “Crime da Motosserra”. A determinação foi publicada no Diário da Justiça e assinada pela juíza Luana Campos, responsável pela vara.
O G1 tentou contato com a família, a médica que acompanha o ex-coronel e com o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) para saber qual o estado de saúde atual de Hildebrando Pascoal, mas não teve resposta até a publicação desta matéria.
De acordo com o documento, a juíza nomeou três médicos – um cardiologista, um ortopedista e um clínico geral – para fazer o atendimento de Pascoal, que ainda encontra-se internado na Santa Casa em Rio Branco, local onde a perícia deve ser realizada.
A decisão explica que a constituição de uma junta médica se deu para analisar o estado de saúde de Pascoal por encontrar-se “pendente de apreciação pedido de prisão domiciliar formulado pela defesa”.
A demora no procedimento, conforme a juíza, ocorreu porque todos os médicos indicados até então “se recusaram a realizar a citada perícia sob o argumento de foro íntimo”. Segundo a determinação, não foi determinada uma data para a realizar a avaliação, mas o preso ainda aguarda resultados de exames do cardiologista, que já chegou a consultá-lo.
Conforme boletim médico, divulgado no início deste ano, Pascoal passou a apresentar complicações de saúde, necessitando receber diversas medicações como sedativos, analgésicos e antidepressivos. Entre os problemas, o preso apresentava hipertensão, diabetes e doenças degenerativas da coluna vertebral, que ocasionam dores e dificuldade para andar.
‘Caso Motosserra’
Em 30 de junho de 1996, Itamar Pascoal, irmão de Hildebrando, foi morto com um tiro por José Hugo e Agilson Santos Firmino, o “baiano”, teria presenciado a cena. A partir disso, Pascoal, que era coronel da PM, teria agido por vingança. Firmino então foi morto e esquartejado com uma motosserra.
O filho de Firmino, Wilder Firmino tinha 13 anos na época e também foi sequestrado e morto. O corpo do adolescente foi encontrado queimado por ácido. Em 2009, Pascoal foi condenado pela morte de Agilson Firmino, o ‘Baiano’, caso que ficou conhecido popularmente como ‘Crime da Motosserra’. As condenações todas somam mais de 100 anos.
O ex-deputado voltou a ter destaque no começo de agosto de 2015, depois de ter um pedido de progressão de regime para o semiaberto aprovado pela Vara de Execuções Penais. No entanto, o pedido foi cassado no mesmo dia.
Histórico
Acusado de chefiar um grupo de extermínio no Acre, Hildebrando Pascoal Nogueira Neto cumpre pena em Rio Branco por tráfico, tentativa de homicídio e corrupção eleitoral.
Ele nasceu em 17 de janeiro de 1952 em Rio Branco, no Acre, fez carreira na Polícia Militar e chegou a ser comandante da instituição. Em 1994, elegeu-se deputado estadual pelo PFL e exerceu o mandato entre 1995 e 1999.
Nas eleições de 1998, conquistou o cargo de deputado federal, mas não chegou a cumprir nem um ano do mandato.
Após diversas denúncias contra Hildebrando Pascoal na Justiça do Acre, o Congresso formou uma comissão parlamentar de inquérito em abril de 1999, chamada CPI do Narcotráfico.
A CPI e o Ministério Público investigavam a existência de um grupo de extermínio no Acre, com a participação de policiais, e que seria comandado por Hildebrando Pascoal. O grupo também era acusado de tráfico de drogas.
Com informações G1 Acre