Pouco mais de uma semana após levar sete facadas, a jovem Luana Aragão da Silva, de 19 anos, conversou com o G1 sobre o dia em que foi ferida por duas jovens no último dia 22, enquanto se divertia no Balneário Ouro Verde, na Estrada do Quixadá. A jovem precisou passar por uma cirurgia e teve alta médica, na quarta-feira (25), do Hospital de Urgência e Emergência (Huerb). Segundo Luana, ela e as suspeitas já tinham discutido antes, há cerca de seis meses.
O caso está sendo investigado pelo Núcleo de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Nucria), já que as suspeitas são menores de idade. À reportagem, o delegado responsável pelo caso, Cleber Gnata, disse que não poderia dar detalhes sobre o procedimento que deve ser adotado para não prejudicar as investigações, mas confirmou que uma das adolescentes envolvidas está foragida. O G1 não conseguiu ouvir a outra menor envolvida no crime.
Ainda muito abalada, a vítima relatou o teria acontecido naquele dia. “Estava com uns amigos, minha irmã e minha namorada e no início da noite essas duas meninas chegaram e fizeram questão de ficar do nosso lado. Elas ficaram olhando, mexendo com a gente, empurrando. Depois, desceram e eu resolvi ir até lá com duas amigas para pedir que parassem de perturbar. Quando cheguei para conversar, uma delas já deu as facadas nas minhas costas”, disse.
Além das costas, as facadas atingiram a cabeça, a mão e o braço. “Comecei a bater nela e ela me furando toda. Quando vi o sangue escorrendo me afastei dela e saí correndo para pedir socorro. Pegamos um táxi lá fora do balneário e fui para o hospital”, relata a vítima.
Luana precisou passar por cirurgia após levar as facadas (Foto: Arquivo da família)
Sobre o que teria motivado o crime, a jovem disse que desde uma briga que teve com as meninas, há cerca de seis meses em um show, elas discutiam quando se encontravam. “Nesse dia nós brigamos, mas outras pessoas nos apartaram e parou a discussão. Sempre que a gente se via, elas soltavam piadas, riam e mexiam”, afirmou.
Luana relata ainda que após as facadas sua vida mudou completamente. Ela disse que não tem saído mais de casa, e que não consegue parar de pensar no que aconteceu naquele dia. Entre lágrimas, a jovem disse que não aguenta nem ouvir o nome das agressoras, pois mexe muito com ela.
“Depois dessas facadas, não consigo pensar em nada direito. Fico só lembrando o que aconteceu. Não posso trabalhar, não posso sair para nenhum canto que passo mal. Mexeu com meus sentimentos. Fazia um monte de coisa antes disso acontecer, e agora não posso fazer mais nada. Achei que não ia sobreviver. Mas, deu tudo certo, porque Deus abençoou. Agora, vamos esperar pela Justiça”, concluiu.
